Por André Ribeiro

Na quarta-feira vivi mais uma experiência inesquecível, como tantas nestes 35 anos como fã dos Rolling Stones. Rumei para Santiago, no Chile, onde assisti a uma apresentação espetacular, uma das melhores feitas pela banda nos últimos anos.

Como toda boa aventura, claro que tivemos imprevistos. O programado era que chegaríamos apenas no dia do show, mas a greve dos aeroviários/aeronautas nos obrigou a uma mudança de planos drástica e dramática de última hora. Tivemos de rumar para o Chile na terça-feira. Até que as passagens fossem trocadas, vivemos horas de tensão, já que não conseguiríamos embarcar na data prevista por causa da greve. No fim, chegamos a Santiago na noite de terça, véspera do show.

Demos uma volta pelo centro da cidade na manhã de quarta para matar tempo e comer alguma coisa. A festa de pré-show no apartamento/museu do nosso anfitrião Alex Carrasco seria à tarde.

Eu, Alex e César em encontro histórico

E a generosidade e hospitalidade do Alex, sem dúvida, foi ponto alto. Em sua casa, pudemos encontrar também o grande amigo patagônico César Bersais e o jornalista argentino Diego Perri (autor de República Stone) e muitos mais. Foram momentos de muita amizade, confraternização, em que pudemos também conferir de perto a imensa coleção de Alex, possivelmente a mais valiosa da América do Sul. Do apartamento, no centro de Santiago, fomos até o Estádio Nacional.

Fomos surpreendidos pela imensa fila para entrar no estádio. Tínhamos ingressos de pista comum, então, levamos uns 40 minutos para podermos ingressar no estádio, o que nos propiciou bonita vista da Cordilheira dos Andes ao fundo.

Como desta vez teremos vários shows para ver estávamos muito relaxados, despreocupados e sem ansiedade. Pudemos aproveitar o show completamente, mesmo estando bem longe do palco e vendo o concerto pelo telão.

O palco da Olé Tour é o mesmo da Zip Code. Houve apenas uma pintura colorida dos detalhes do palco e algumas poucas animações do telão também foram trocadas. No mais, cenicamente o show não teve alterações.

O concerto começou com Start me Up, e Keith de cara mostrou estar concentrado, evitando erros mais perceptíveis. A banda deu todos gás logo no começo e já se pode notar que seria uma noite quente. E foi.

Os Stones foram perfeitos, dentro do caos que é uma banda de garagem como eles. Houve muita energia, o que fez o público chileno, que não é animado como o argentino, mas curte o show intensamente, vibrar.

Sem dúvida o grande momento foi She’s A Rainbow, que entrou no set list por ser a mais votada pelos fãs. Foi uma grande versão, emocionante. Só isso já teria valido a viagem ao Chile.

Uma das questões da noite era Sasha Allen, que tinha a difícil tarefa de substituir Lisa Fischer. Sasha cantou bem, mas senti muito a falta da Lisa  por sua potência vocal em números como Tumbling Dice especialmente em Gimme Shelter, em que a novata, claro, ainda não tem o carisma de Lisa.

Mas a moça não fez feio, ela quebrou o galho. Só que a comparação com a Lisa é bastante cruel para qualquer cantora.
O show transcorreu em alto nível e mais uma vez You Can´t Always Get What You Want foi de literalmente levar às lágrimas.

O show foi rendondinho, deu tudo certo, houve poucos erros, nenhum vacilo grosseiro, o estádio estava lotadíssimo. Foi uma grande festa. Das melhores de sempre, tanto pelo show quanto clima criado pelo Alex Carrasco ao nos receber tão bem. A próxima parada é La Plata. Dia 7, os Stones voltam aos palcos. Eles já estão na Argentina. A nossa próxima parada pessoal é La Plata, dia 10.

Amanhã a gente posta mais fotos, vídeos e fala mais sobre o show. Cama agora.

Fim de festa em Santiago.