Tudo começou no Marquee Club.

Exatamente daqui a 30 dias, o primeiro show dos “Rollin’ Stones” estará completando 55 anos. Ainda sem a formação clássica e definitiva da banda, o grupo tocou no Marquee, que ficava na Oxford Street, 165.

Aliás, antes de subirem ao acanhado palco do pub londrino, os Stones tiverem de inventar o próprio nome. Quando a Blues Incorporated, de Alexis Korner, teve de abrir mão da data de quinta-feira, 12 de julho de 1962, porque marcou apresentação na BBC, a vaga foi oferecida pelo proprietário da casa, Harold Pendleton, à turma de Mick, Keith e Brian.

Esperto como sempre, Brian resolveu telefonar para a Jazz News, que trazia uma espécie de classificados com as datas dos show que ocorreriam em Londres. De repente, a pessoa que atendeu à ligação perguntou o nome da banda.

Desespero total e todos ficaram se olhando. Palavras sem sentido foram chutadas, como “It”, “Thing”… até que Brian olhou para um exemplar do LP The Best of Muddy Watters e lê o nome da canção “Rollin’ Stone”. Pronto, era isso. The Rollin’ Stones. Ian Stewart detestou o nome profundamente.

Naquele momento, os Stones não passavam de um grupo de garotos que fazia som pelos pubs quando alguém deixava. Mas agora eles teria um show de verdade.

Marquee

Mick, Keith, Stu e Brian formavam o núcleo da banda. Dick Taylor, que era amigo de “Mike” desde os tempos de colégio em Darford, fazia o baixo (depois ele foi tocar guitarra nos Pretty Things). O baterista era meio quem estivesse disponível. Até hoje ninguém sabe muito bem quem tocou naquela noite, mas Keith garante em Vida que foi Mick Avory, e não Tony Chapman, que foi mais tarde um dos responsáveis pela entrada de Bill Wyman na banda.

E foi assim que tudo começou. “Ooh, yeah! Essa sensação vale mais do que qualquer coisa no mundo. Tem um momento em que você realmente sente que saiu do planeta por um instante e que ninguém consegue te alcançar. Você se sente elevado porque está com aqueles caras que querem fazer a mesma coisa que você. E quando isso dá certo, a gente sente que criou asas”, disse Keith na página 121 de sua autobiografia, explicando a sensação que sentiu no momento em que começou a tocar. 

Na oportunidade, os Stones faziam covers de blues. Eles tocaram naquela quinta-feira canções de seus grandes ídolos, como Muddy Waters, Chuck Berry e Jimmy Reed.

Setlist

Kansas City (Jerry Leiber/Mike Stoller)
Baby What’s Wrong (Willie Dixon)
Confessin’ The Blues (Walter Brown/Jay McShann)
Bright Lights, Big City (Jimmy Reed/Mary Lee Reed)
Dust My Blues (Elmore James)
Down The Road Apiece (Tony Raye)
I’m A Love You (Jimmy Reed)
Bad Boy (Eddy Taylor)
I Ain’t Got You (Calvin Carter)
Hush-Hush (Jimmy Reed)
Ride’ Em On Down (Eddy Taylor)
Back In The USA (Chuck Berry)
Kind Of Lonesome (Jimmy Reed)
Blues Before Sunrise (Elmore James)
Big Boss Man (Luther Dixon/Al Smith)
Don’t Stay Out All Night (Billy Boy Arnold)
Tell Me That You Love Me (Jimmy Reed)
Happy Home (Elmore James)

Fiquem atentos aos posts de Stones Planet Brazil porque nós teremos novidades em relação aos 55 anos dos Stones, que serão completados exatamente daqui a um mês.

*** Material de consulta: Vida, autobiografia de Keith Richards, www.rollingstones.com, Rolling with the Stones, de Bill Wyman.


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