Por stonealone
Há 40 anos (28 de novembro nos Estados Unidos e 5 de dezembro de 1969 no Reino Unido) foi lançado um dos álbuns mais importantes da história do rock “Let it Bleed”, daquela que já era conhecida como a maior banda de rock do mundo, os Rolling Stones. Com a dupla Jagger e Richards cada vez mais entrosada como compositores, eles escreveram um material fundamental e que serviria como padrão não só para eles, mas como para as futuras gerações de rockeiros.
A banda vivia um momento de transição, com o seu fundador Brian Jones prestes a sair do grupo, e tendo uma participação mínima no disco. Além disso, entrava para o time Mick Taylor, que tinha apenas 21 anos, e que era cria de John Mayall. Com Taylor, os Stones ganhavam um solista virtuoso, mas ao mesmo tempo perdiam aquilo que Keith sempre prezou: o som de duas guitarras soando como uma. Apesar disso o virtuosismo de Taylor completava perfeitamente o ritmista intuitivo Richards. Taylor tocaria em duas faixas da obra prima: “Country Honk” e “Live with Me”.
Um ano antes os Stones já tinham feito outro grande álbum, o essencial “Beggars Banquet”. Curiosamente Jagger disse que ambos os álbuns foram gravados ao mesmo tempo, e que algumas faixas foram gravadas em um e jogadas no outro. Let it Bleed parece ser o álbum mais depressivo dos Stones.
As canções são perturbadoras, com menções a estupros, guerras, assassinatos e vícios. Por sinal, a guerra do Vietnã foi uma das influências para a obra. Em “Gimme Shelter” os Stones preparavam um clima soturno adequado a um disco que falava de partidas e desilusões. Depois da complexidade roqueira entrava a concisão bluseira: “Love in Vain”.
E não parava por aí. Como um carrão desgovernado a banda vai lançando um petardo após o outro. “Country Honk”, Live with Me” (rockão agulhado pelas guitarras de Taylor e Richards, que também se desdobra no ótimo baixo). Vamos seguindo por “Let it Bleed”, o blues estilizado “Midnight Rambler”, em que Jagger incorpora a persona de Albert de Salvo o “estrangulador de Boston”, “You got the Silver”, “Monkey Man”, cacofonia tipicamente stoneana, “You Can´t Always Get What You Want” com a participação do London Bach Choir e com Jimmy Miller na bateria.
Let it Bleed seria o segundo de quatro obras primas consecutivas que a banda lançaria, segundo a opinião de muitos fãs dos Stones. Hoje, 40 anos depois, a banda continua por fazendo turnês grandiosas, não só para antigos, como também para toda uma nova geração de seguidores. Agora é pegar o CD, colocar no player e curtir a desde sempre maior banda do mundo! E siga a dica do encarte: “ESSE DISCO DEVE SER TOCADO ALTO”.