Por Alex Carvalho
Embarcamos no ônibus em Porto Alegre no domingo, dia 14/02, final da tarde. Após cerca de 14hs de viagem, chegamos no hotel em Montevidéi na segunda-feira, parte da manhã, dia anterior ao show. Muito sol e calor na capital uruguaia.
Feito o checkin no hotel, tarde livre para passeios e caminhadas pelo centro e ciudad vieja. Montevideo é linda sob vários aspectos, povo simples, acolhedor, um centro histórico muito legal, foi possível dar uma volta na Plaza Independência, Teatro Solis e numa das ramblas (avenidas que ficam à beira do Rio da Prata). Mas foi a noite que as coisas começaram a acontecer.
Boa parte do pessoal que estava conosco se dirigiu a um bar chamado Woodstock, onde haveria um “esquenta” para o show que estava por vir. Ali tive a oportunidade de conhecer novos fãs, numa confraternização stoneana sensacional, onde nosso amigo Pablo, vocalista da banda Hot Licks, pode dar uma canja no palco.
Dia seguinte, terça feira, partimos para o Estádio Centenário por volta das 17hs em dois táxis. Lá chegando, acabei me separando do grupo por estarmos em setores diferentes.
Após uma boa caminhada e uma fila considerável (que, felizmente, fluía muito bem), adentrei no estádio por volta das 18:30hs. O Centenário é um estádio antigo, construído para a primeira Copa do Mundo (ocorrida em 1930), e é muito grande, possui vários aneis. Assisti o show na arquibancada, entre o segundo e o terceiro andares, lado esquerdo do palco (lado do Ronnie), com uma vista bacana, em diagonal para o palco.
Numa análise um pouco mais técnica, achei o começo do show um pouco estranho. Talvez no lugar onde me encontrava, o som não estava, naquele momento, chegando no padrão esperado. E foi assim durante as três primeiras canções, Start me Up, It’s Only Rock’n Roll e Tumbling Dice. Na segunda, em particular, percebi alguns errinhos de execução. É uma das minhas músicas favoritas, mas ultimamente tenho impressão que isso vem ocorrendo com frequência.

Acredito que a própria banda foi se adaptando a essa situação e, na sequência, executa Out Of Control. Nesse momento fico com a impressão de que o som “se ajeita” e tudo volta para o devido lugar, com a banda entregando pra o público o conhecido padrão “Stones” de apresentação.
A partir daí foi aquela coisa que já sabemos e esperamos: um set list matador (com She´s so Cold by request) e momentos de muita emoção, coisas que os fãs entendem muito bem. Em particular, gostei muito de Midnight Rambler e Jumpin’ Jack Flash. Achei a banda super à vontade no palco, com Jagger interagindo muito, brincando, como sempre com o controle total do público. Gostei de Sasha Allen também. Acho que, passado o nervosismo aparente nas primeiras apresentações, ela está ocupando seu espaço e funcionando bem nos backing vocals e em Gimme Shelter (embora esteja muito distante de Lisa).

O resultado final foi o esperado: mais um grande concerto, com fortes emoções e grande público no Centenário (os periódicos falavam em 55 mil pessoas), de modo que tivemos a felicidade de presenciar, segundo pessoas e imprensa local, o “maior recital da história do país”. Tudo no seu devido lugar, afinal de contas, são os Rolling Stones!!!!

 

Alex e Bernardo Chaves antes do show no Uruguai.