Já que o iminente lançamento de Olé Olé Olé – A Trip Across Latin America esquentou as lembranças de todos nós, acho que chegou o momento de lançarmos esse texto.


Por Roger Grey 
Ao longa da minha vida como fã dos Stones, algumas vezes sonhei que estava em uma festa em que encontrava os Stones. Passados tantos anos, finalmente o sonho se tornou realidade.
Em 2015 um amigo bem próximo me contou que os Stones estavam fechando os últimos detalhes para uma turnê latino-americana e Porto Alegre estava no roteiro.A informação não podia ser mais quente, o meu contato trabalhava na DC Set e não era de inventar.
Quando os ingressos foram colocados à venda, não ganhei nenhum brinde e tampouco facilidade para conseguir o ingresso. Logicamente nem esperava por isso. Na condição de fã, falei ao meu amigo produtor que gostaria muito de ver um soundcheck e não obtive nenhuma afirmação de que isso seria possível.
Logo após o show de quarta-feira em Sampa, acabei encontrando o meu amigo, que disse q tinha encontrado o próprio Jagger em uma festa em São Paulo, onde através dos irmãos Garneiro e de outros amigos, ele pode conversar com o Mick. Através de seus assessores teve um sinal positivo para fazer uma recepção em Porto Alegre após o show com a presença de Jagger e talvez dos outros Stones.
Sabendo do meu óbvio interesse, ele disse que iria tentar colocar meu nome na lista, mas para isso eu teria que ter um motivo para estar nela. Sabendo que eu moro sozinho, ele perguntou se eu emprestaria o meu apartamento  para a produção dos Stones e em troca disso eu estaria dentro da festa na casa do empresário Dodi Sirena .
É claro que topei na hora e por 2 dias eu fiquei no apartamento da minha coroa no mesmo prédio, 3 andares acima. A produção ajeitava os detalhes da festa e de outros lugares que os Stones poderiam querer ir na noite anterior ao show.
Os caras eram muito legais e logo fiquei próximo deles por motivos de rotina do apartamento. E assim acabei sabendo que o Mick e o Ronnie iriam no Koh Pee Pee jantar na véspera do show. A única condição que o meu amigo produtor me  impôs era que eu não deveria dizer que era fã. Por isso não fui naquela noite no restaurante tailandês.
No dia do show, acordei nervoso como se fosse a primeira vez que iria ver os Stones. Na verdade, já tinha assistido eles em 4 países algumas vezes. Obviamente o meu nervosismo além da conta era pela festa que agora eu estava totalmente dentro e ainda por cima bem entrosado com os caras que estavam organizandoo evento. E todos eram bem próximos ao Mick.
A primeira constatação que tive foi que o esquema era basicamente para o Mick arrumar umas minas, mas ele queria também conhecer gente e depois sair de canto com alguma gata para o hotel.
Como todos sabem no show choveu muito, e eu acabei voltando para casa. Troquei a roupa para chegar legal na mansão dos Sirena. Às 2 da manhã, eu entrei sem antes ter meu fone confiscado e com recomendações de não chegar perto do ídolo.
Apesar de muito bonita, de cara eu senti que a festa não tinha um clima rock and roll, o que me deixou inquieto.Tambem não avistei Jagger e ninguém da banda. Mas uns 20 minutos depois, o próprio apareceu com alguns caras da banda como o Matt Clifford e a Sasha Allen.
Todo mundo parou para olhar o mito que não pareceu muito simpático, mas bem observador. Toda hora alguém apresentava uma gata para ele que não parecia particularmente interessado em ninguém. Eu tentei um contato visual, mas ele não prestou atenção. Tive coragem e falei um pouco com o Darryl Jones, que me pareceu legal. Ele elogiou o público e disse que o show tinha sido irado.
O som estava legal, mas não era rock e o Mick acabou agitando a pista ao embalo de Leonel Ritchie, dançando com umas gostosas. Uma meia hora depois, ele saiu incrivelmente despercebido e a festa perdeu o encanto. Quanto a mim, fiquei em um canto olhando como um fã que não podia ser reconhecido, meio derrubado do show, da chuva e da ausência do Keith e das lendárias festas que sempre li nos livros sobre os meus heróis.

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