Mais antiga banda cover dos Rollling Stones no Brasil, a Rola Stones comemora 20 anos de estrada. A Rola Stones é formada atualmente por Kiko Wallauer (vocal e harmônica), PC (guitarra e vocais), João de Lucena (guitarra e vocais), Beto Kbça (baixo), Mauricio Molina (teclados e vocais) e Claúdio Mattos (bateria). Hoje vamos publicar entrevista com João Lucena (primeiro da esquerda para a direita). Em breve, teremos mais integrantes do grupo por aqui. Senhoras e senhores, Rola Stones!

Stones Planet Brazil – A Rola Stones começou em 1989 quando um grupo de amigos se reuniu para tocar canções dos Stones. Vocês imaginavam que aquela “brincadeira” duraria tanto tempo?
João Lucena – Não imaginávamos. Aliás, quase não nasceu. Voltando mais ainda no tempo, o embrião da banda nasceu uns 2 ou 3 anos antes quando eu, o Beto Kbeça, o Leonel Galeazzi e o Marcelo Guimarães, colegas do Colégio Piratini, apaixonados por Stones, começamos ensaiar na garagem do Beto. Passaram mais alguns músicos pela banda até aparecer o PC. Daí fizemos a Vu Du Blu, que tocava Stones e algumas músicas próprias. Pouco depois o Leonel e o Beto saíram da banda, que seguiu com o baixista André e o PC nos vocais, mas sem tocar Stones. Até fez sucesso nos estúdios de ensaio. Mais além, pra aproveitar a chegada da onda cover no Brasil, nos reencontramos com o Leonel e o Beto e nasceu definitivamente a Rola Stones com um show no Bar Opinião em homenagem a Brian Jones. A onda passou e a gente foi ficando, ficando… e estamos rolando pedras até hoje.
SPB -A banda sempre teve a preocupação de fazer versóes fiéis ao estilo do Stones. Tu és um guitarrista que tens de fazer três estilos diferentes: Brian Jones, Mick Taylor e Ronnie Wood. Tu tens alguma identificação maior com o estilo de algum dos três?
João -Gosto bastante do estilo mais bluseiro do Mick Taylor, pois o blues é um gênero com o qual indentifico muito, mas a guitarra pegada do Ron é fantástica. Procuro mesclar um pouco dos dois.
SPB – Embora a banda procure tocar as canções de forma parecida ao que os Stones fazem, a perfomance de vocês no palco nunca foi caricata. Ou seja, ninguém tenta ser igual fisicamente aos membros da banda, a exceção talvez sejam os “Micks”, mesmo assim, sempre houve um limite para que não caísse no ridículo. Isso é assim mesmo? A banda se preocupa bem mais com a música do que com a aparência?
João – Exato. A sonoridade, preocupação com timbres e arranjos vêm em primeiro lugar, mas no palco procuramos passar toda a energia, toda a alegria do rock’n roll. Mas sem a pretensão de tocar igualzinho, imitar a performance. Mas claro, o nosso “Mick” tem toda a liberdade de se soltar desde que se sinta à vontade, que fique natural e dentro do espírito. E um pouco de produção, eventualmente, também não faz mal. Mas sem exagero.
SPB – De 1989 para cá o que mudou no cenário dos fãs dos Stones no Brazil? Tu acreditas que hoje em dia a banda seja mais popular no pais, que existam mais fãs verdadeiros dos Stones do que na época em que vocês começaram?
João – Com certeza. Com as tours mundiais dos Stones, Voodoo Lounge em 1995, Bridges to Babylon em 1998, Licks em 2002/03 e A Bigger Bang, de 2005/2007, as novas gerações experimentaram o verdadeiro rock’n roll na sua essência. E quem prova dessa fonte não larga mais. Em muitos shows da Rola Stones, além dos mais maduros, tem uma gurizada de 18, 20, 20 e poucos anos simplesmente apaixonada por Stones. Muitos já têm alguma banda e eles prestam atenção em cada detalhe do show, os intrumentos, amplificadores…e depois rasgam elogios pra gente. É muito legal ver esse entusiasmo.
SPB – O que as pessoas mais pedem para vcs tocarem, fora das obviedades, como Satisfaction, e quais são as surpresas do set list atual de vocês (canções que não sejam exatamente as mais conhecidas dos Stones)?
João -Bem, fora Raul (hehehe), pedem músicas como Gimme Shelter, Jumping Jack Flash, Like a Rolling Stone e eventualmente algum fã de Stones pede algum lado B como She’s a Rainbow e outras. E quanto às surpresas do set list…são surpresas!