Os fãs dos Rolling Stones na América do Sul, especialmente de Brasil e Argentina, estão tomados por imensa expectativa. Não sobre o fim da banda, como foi cogitado depois do término de A Bigger Bang Tour em 2007, mas em relação à uma excursão sul-americana da banda. Os Stones voltarão a tocar no continente? É difícil, porém os fãs têm esperança.
Há grande quantidade de fãs jovens na América do Sul. Muitos têm idades entre 14 e 26 anos. A cada novo show no continente, ocorre uma renovação e mais seguidores são conquistados. Assim, por serem novos, muitos nunca viram os Stones ao vivo, mesmo com as apresentações de 2006 no Rio de Janeiro e em Buenos Aires. O solo sul-americano está bem semeado e a colheita promete continuar sendo boa.
O perfil dos fãs dos Stones no Brasil e na Argentina é diferente, mas a ansiedade por novos concertos é a similar. Os brasileiros foram sendo conquistados pelos Stones na medida em que a banda passou a trazer suas tours para o país. Já na Argentina o amor pela maior banda do mundo é transmitido de geração para geração. Os mais velhos idolatram os Stones e influenciam os seus filhos a seguir o mesmo caminho.
“Eu me recuso a pensar a vida sem os Rolling Stones”, diz o argentino Marcelo Tejera (à esquerda da foto), de 51 anos, conhecido como vieroRolinga. “A cultura Stone está enraízada nas gerações, o que faz os mais jovens esperarem pelos concertos dos seus ídolos com tanta ansiedade quanto os seus pais”.
Embora diferente, a paixão dos fãs brasileiros pelos Stones não não pode ser considerada menor. Rodrigo Santana, de 26 anos, come, bebe e respira Stones. “Ver os Stones novamente seria a realização de um grande sonho”, afirma o fã, que vive em São Borja, na fronteira do Brasil com a Argentina. “Durante muitos anos achei que jamais os veria ao vivo. Nunca é demais ver os Stones”.
Só que nem todos os fãs tiveram a mesma sorte de viejoRolinga e Rodrigo. Alguns dos mais jovens ainda não puderam estar diante dos ídolos. “Eu tenho uma paixão platônica pelo Keith Richards”, diz a brasileira Mariana Murgel, de 14 anos. “Eu nasci tarde demais. Queria ter nascido nos anos 60”, lamenta a garota, que vive em São Paulo.
Os brasileiros Karen Stone, de 19 anos, e Felipe Mello, de 18 anos, estão entre os fãs que esperam por chance de assistir aos Stones pela primeira vez. Karen, que vive em Porto Alegre, afirma: “ver os Stones seria a melhor coisa que poderia acontecer na minha vida”. E a opinião da jovem é compartilhada por Felipe, que é de São Leopoldo. “Os Stones sempre foram rebeldes, sujos, rockers e ninguém em mais de 40 anos os mudou. Os stones dão um belo exemplo de vida à juventude, pois nessa longínqua trajetória houve problemas e perdas, mas eles nunca desistiriam. Assistir aos Stones seria simplesmente inigualável e um dos meus objetivos é realizar esse sonho”, avisa o fã.

Como diz o viejoRolinga, “muitas pessoas comparam assistir os Stones a ter sua primeira relação sexual. Só que várias pessoas nem lembram o nome da primeira parceira. Com os Stones é o contrário. Eles seguem com você hoje e sempre. Somos eternamente um Rolling Stone. É fácil entrar, mas impossível sair”. A América do Sul espera ansiosamente rever os Stones.
***Matéria originariamente publicada no Stones Planet Fanzine 24. O texto foi atualizado.