Por Alex Carvalho*

Tour dos Stones chegando, a pessoa fica com uma vontade de participar, mas começa a se perguntar: ir até a Europa? Como faço para viajar gastando menos? Não sei nem por onde começar. É muito caro! Não tenho condições! Sem chance.

Muita calma nessa hora. A notícia ruim é até uma obviedade: claro que tem certo custo para ir até o velho continente, não há dúvida quanto a isso, milagres não existem. A notícia boa é que pode não custar tanto quanto você imagina e abaixo a gente tenta dar algumas pequenas dicas para as pessoas que não estão habituadas a esse tipo de viagem.

 Quando ir

Um aspecto muito importante é flexibilidade nas datas e destinos. Sabemos que nem sempre é possível (os Stones não costumam nos perguntar qual é a melhor data para a gente quando marcam shows), algumas pessoas têm férias apenas em determinados períodos, e isso pode acarretar a necessidade de viajar em alta temporada (janeiro, fevereiro, julho, agosto ou quando os Stones quiserem fazer shows) o que certamente encarece em muito os custos da viagem.

Havendo possibilidade de escolha, para o continente europeu sugerimos programar a viagem para os meses de abril, maio, setembro, outubro. São meses com temperaturas mais amenas (você foge do extremo frio e calorões também) e preços, em regra, mais acessíveis. Por uma feliz coincidência, os shows que tanto nos interessam ocorrerão nesse período, então mãos à obra.

 Passaporte

Faça o seu passaporte ou, caso já o tenha, fique atento à data de validade do mesmo. A maioria dos países da Europa (signatários do Tratado de Schengen como Itália, Alemanha, França, Espanha) exige passaporte com validade mínima de três meses após a data de retorno para o Brasil.

Se o seu retorno está marcado para 10/10/2017, o seu passaporte deve ter vencimento posterior a 10/01/2018. Fique atento às exceções, a Inglaterra exige validade mínima de seis meses, a Irlanda, de um ano, então convém informar-se antes de embarcar para evitar maiores problemas.

Moeda

A compra de moeda, se possível, deve ser efetuada mensalmente, com antecedência. O problema de deixar para comprar tudo na última hora é ficar sujeito ao câmbio daquela data, sem ter muita escolha. Comprar um pouco de euros todo o mês ajuda a reduzir essas perdas.

Cartões de débito como Visa Travel Money lhe trarão mais segurança, mas com um custo um pouco maior em vista da cobrança de IOF de 6,38% no momento da carga do cartão (o mesmo percentual que é cobrado no cartão de crédito).

Independente disso, procure levar um cartão de crédito liberado para compras internacionais por segurança, mesmo que não pretenda utilizá-lo.

A sugestão aqui seria dividir o seu dinheiro: leve uma parte em espécie, outra parte no cartão de débito e ainda, tenha o cartão de crédito preparado para uma emergência.

 Seguro de viagem

Contrate um seguro de viagem antes de embarcar (acidentes pessoais). Você não quer ter surpresas e, tenha certeza, atendimentos médicos e hospitalares para turistas custam uma fortuna em solo europeu. Caso seu cartão de crédito seja internacional, existe uma chance de você já possuir esse seguro, informe-se com o seu banco, talvez você nem precise contratar.

Sendo necessário contratar, eu indico a Mondial Travel, empresa de renome nessa área.

Alex em busca de ingressos para a Olé Tour

Passagens aéreas

Por incrível que pareça, em regra, não é vantajoso comprar com muita antecedência, acima de seis meses antes da viagem. Nesse período as companhias aéreas estão tranquilas e praticam o preço cheio das passagens.

Na medida em que a data da viagem vai se aproximando, caso existam assentos disponíveis, há uma tendência dos valores baixarem, justamente para a companhia aérea ocupar todos os assentos do voo.

Dentro de uma situação normal, é interessante monitorar os valores das passagens e fazer a compra entre três a quatro meses antes da viagem. Uma pena que nesse momento estamos em um período muito ruim para comprar passagens do Brasil para a Europa, até mesmo em função da crise econômica e alta do dólar.

A exceção a essa regra são promoções pontuais. A sugestão é o acompanhamento de sites como Melhores Destinos e Passagens Imperdíveis. Ambos têm apps que podem ser baixados gratuitamente no seu celular e notificam quando surgem novas promoções (quase que diariamente, para vários lugares do mundo).

Além desses apps, numa situação de normalidade, alguns sites de busca são recomendados como Google Flights, Viajanet, Decolar. Nestes, você terá acesso aos valores praticados em várias companhias aéreas, servindo como um comparativo.

Além disso, é possível criar alertas de preço para você ser avisado por email quando a passagem desejada estiver com um preço melhor para compra.

Em Montevidéu 2016, com amigos brasileiros

Depois de localizar o melhor preço nesses sites de busca, antes de fazer a compra, é recomendado dar uma olhada no site oficial da companhia aérea que você está comprando a passagem.

Existe a possibilidade de adquirir diretamente ali por um preço ainda menor (não é regra, mas pode acontecer).

Uma última dica que não é técnica, mas de ordem prática: abra sua mente e olhe para todo o mapa, não fique engessado somente com seu destino inicial ou final. O mundo é muito grande.

Use e abuse do Google Maps para visualizar o melhor caminho para chegar no seu destino e, eventualmente, amplie o alcance de sua viagem, conheça mais lugares.

Abaixo alguns exemplos disso:

Exemplo 1. Moro em Porto Alegre e quero ir pra Amsterdam. Pesquisei passagens POA–>AMS e o preço é R$ 3.700,00 (valor meramente exemplificativo). Sugiro que pesquise a mesma passagem saindo do Rio de Janeiro (GIG – Galeão) ou São Paulo (GRU – Guarulhos) com destino a Amsterdam.

Também não é uma regra, mas eventualmente você poderá encontrar valores bem menores por essa passagem, e depois comprar a passagem de Porto Alegre até Rio ou São Paulo gastando R$ 200,00 a R$ 250,00 reais, dependendo da época.

Exemplo 2. Moro em Porto Alegre e quero ir pra Amsterdam. Pesquisei passagens POA–>AMS e o preço é R$ 3.700,00 (valor meramente exemplificativo). Sugiro que pesquise a mesma passagem saindo de Porto Alegre (ou RJ/SP como vimos acima), mas com outro destino na Europa, como Paris, Madrid, Roma, Lisboa.

Daqui a pouco você pode dar a sorte e encontrar essa passagem para Paris por R$ 2.800,00. Nesse caso, além de poder conhecer Paris, ficando ali alguns dias, você pode tranquilamente ir de trem ou em um voo doméstico para Amsterdam gastando R$ 200,00 a R$ 300,00, economizando e incluindo uma cidade a mais no seu roteiro.

** TODOS OS VALORES ACIMA SÃO MERAMENTE ILUSTRATIVOS

A leitura disso tudo é sempre manter a mente aberta e olhar para o mapa como um todo, não ficando restrito apenas ao ponto de partida ou ao destino final. Abaixo os links dos sites sugeridos nesse tópico:

www.melhoresdestinos.com.br    www.passagensimperdiveis.com.br

www.google.com.br/flights            www.viajanet.com.br

www.decolar.com

Transportes internos

Dentro de uma cidade use e abuse do transporte público na Europa. Utilize trem, tram (espécie de bondinho), metrô, ônibus. Eles funcionam muito bem, cobrem todas as áreas, são confortáveis e o custo é bem acessível (alugar um carro seria uma exceção, depende muito da região que você pretende visitar).

Deslocamentos mais curtos, entre cidades, podem ser feitos de trem, ônibus ou mesmo em voos domésticos. O ideal é pesquisar a melhor opção, o melhor custo x benefício, mas o seu roteiro deve ter uma certa lógica de modo que, se possível, sejam evitados deslocamentos maiores, que acarretam mais custos e uma evidente perda de tempo.

Hospedagens

Aqui a sugestão é sempre reservar com a máxima antecedência possível. Inicialmente é interessante fazer um orçamento para ver quanto você pode ou está disposto a investir na estadia. Fixar um valor aproximado por diária já ajuda bastante. E, em termos de hospedagens, você terá um leque de opções, para todos os bolsos.

Basicamente temos três opções de hospedagens: hostels, hotéis e aluguel de casas, quartos ou apartamentos. A sugestão aqui é estabelecer o valor que deseja gastar e buscar o melhor lugar possível, de acordo com o seu perfil.

Hostels são mais econômicos, a proposta é diferente, são quartos e banheiros compartilhados, mas o custo pode ficar muito mais baixo pois você normalmente reserva um leito, uma cama, e não um quarto privativo (em regra, são dormitórios coletivos).

Você encontra hostels em sites de pesquisa como Booking e Hostel World.

Hotéis, em regra, oferecem maior conforto, quartos privativos, mas o custo geralmente é maior. Você pode pesquisar hotéis em sites como Booking, Decolar e Viajanet.

Aluguel de casas, apartamentos e até quartos você terá mais contato com a pessoa que está lhe recebendo, mas é uma ótima opção. O Air Bnb é o site recomendado para esse tipo de aluguel.

É um pouco mais trabalhoso o sistema de reservas, mas pode ser uma excelente opção em termos de custo x benefício, especialmente para grupos maiores, a partir de quatro pessoas.

O mais importante é você estudar bem o local onde ficará. Todos esses sites apresentam avaliações de pessoas que se hospedaram anteriormente, e ali dá pra ter ao menos uma noção do que lhe espera. Não é aconselhável ficar em lugares mal avaliados, isso pode trazer desgosto, e numa viagem dessas é a última coisa que você precisa.

A localização da sua hospedagem também é um fator muito importante. Não resolverá o seu problema gastar um pouco menos em estadia, mas ter longos deslocamentos para chegar nos lugares que deseja conhecer. Muitas vezes é melhor gastar um pouco mais, mas ficar próximo dos destinos turísticos (economizando o custo dos transportes até lá).

Ainda, se possível, faça a sua reserva com possibilidade de cancelamento grátis. Isso é muito comum, especialmente no Booking.com, e lhe trará certa tranquilidade em caso de mudança de planos ou alterações no roteiro.

Enfim, não há regras, se a pessoa quiser fazer uma viagem bem econômica e curte o clima de hostel, é possível. Se quiser um pouco mais de privacidade e conforto, acaba gastando um pouco mais, é normal, e vai de acordo com o perfil (e o bolso) de cada viajante. Abaixo os links sugeridos nesse tópico:

www.booking.com               www.hostelworld.com

www.viajanet.com.br          www.decolar.com

Viajar gastando menos: conclusão

Não existem regras, não existe certo ou errado, viajar é a melhor coisa do mundo e cabe em todos os bolsos. Algumas pessoas, por questão de comodidade ou segurança, procuram agências de viagens. Não há problema algum nisso.

Claro que os valores, em regra, serão bem maiores, mas faz parte, é justo, esses profissionais estarão trabalhando para você e isso certamente tem um custo.

No entanto, o que queremos demonstrar aqui é que os viajantes que têm mais paciência, um pouco de desprendimento e gostam de pesquisar podem fazer tudo por conta própria, gastando menos.

Planeje a sua viagem. Se você gosta e tem paciência, pesquise antes de ir nos lugares que você quer visitar, tenha uma noção da localização destes e como adquirir ingressos para as atrações (em alguns casos, se não comprar com certa antecedência, pode ficar sem visitar algo importante).

Não tenha medo. Você que planeja por conta própria uma viagem dessas vai acabar cometendo alguns errinhos, e isso é normal, é aprendizado.

Se você chegou até aqui, muito obrigado por nos prestigiar com a sua leitura e atenção.

Grande parte dessas dicas eu aprendi na prática e muita coisa também através de estudos sobre o assunto, especialmente com o mestre Daniel Marques Ribeiro do site Go Europa, que recomendo com tranquilidade para aqueles que querem se aprofundar no assunto (você pode encontra-lo facilmente nas redes sociais).

O fato é que atualmente planejo todas as minhas viagens sozinho, otimizo meu tempo, faço todos os roteiros, gasto bem menos, aproveito muito mais.

Realizem seus sonhos! Nada é impossível!

Boas viagens a todos os leitores de Stones Planet Brazil!!

*Alex Carvalho é advogado previdenciário e integra o “conselho de gestão” de Stones Planet Brazil. Viajante experiente e apaixonado, Alex já rodou bastante pelo mundo, várias vezes para ver shows dos Rolling Stones.


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