Por André Ribeiro, em Londres
Muitas das 20 mil pessoas que lotaram a O2 Arena ontem foram às lágrimas. Senhores de cabelos grisalhos, choraram feito crianças. Sim, os Rolling Stones estão de volta. E não apenas eles voltaram aos palcos, como mais uma vez provaram que são a maior bando do mundo e que dificilmente serão superados.
Os Stones fizeram virar pó qualquer dúvida que pudesse ocorrer sobre a capacidade de eles ainda fazerem grandes shows de rock and roll. Cinquenta anos depois, os Rolling Stones continuam insuperáveis.
Keith Richards esteve sublime. Tocou muito bem, não cometeu erros e fez apresentação inspiradíssima, como nos melhores tempos. Mick Jagger é o Jagger de sempre. Teve controle completo do público e correu o palco todo. Ainda tocou, e muito bem, os riffs de Doom and Gloom. Charlie e Ronnie foram os mesmos que nos acostumamos a ver e foram ovacionados. A surpresa foi o início com muito boa versão de I Wanna Be Your Man.
Jeff Beck fez boa apresentação, com sua guitarra ecoando pela arena com muita potência e virtuosismo. Mary J Blige não comprometeu em Gimme Shelter. Mas o ponto alto estava por vir.
Finalmente Bill Wyman voltou aos palcos ao lado dos Stones. Tímido como de costume, Bill mostrou estar emocionado, tanto quanto o público que foi ao delírio ao vê-lo tocar IORR e Honky Tonk Women. Pouco depois, Mick Taylor soltou a franga e teve performance inédita, solta, alegre e de imensa qualidade em Midight Rambler.
Foi uma noite inesquecível. Dos sete shows que vi dos Stones, certamente esse foi melhor, opinião compartilhada por muitos outros. “Espetacular” disse, por exemplo, o italiano Isy, cantor do Donkeys Forever, que não escondia sua emoção.
Enfim, os Rolling Stones continuam sendo os Rolling Stones. Tão competentes como sempre. Continuam a maior banda do mundo, léguas de distância à frente de qualquer outro grupo, em atividade ou não.

FOTOS: ANDRÉ RIBEIRO/STONES PLANET BRAZIL