Por André Ribeiro
Os Stones não foram perfeitos nesta quarta-feira em La Plata. Longe disso. Cometeram erros, perderam a concentração em alguns momentos, mas nada disso apagou o gigantismo do show para mais de 50 mil pessoas no Estádio Único. Com o público nas mãos, Jagger liderou imensos coros e fez os fãs delirarem. Se faltou preciosismo na execução das músicas, sobrou empatia.
Aos ouvidos de quem procura um show com canções bem executadas e com poucos erros, o segundo concerto argentino de 2016 deixou a desejar. Tudo começou muito bem e os dois primeiros temas (Jumpin’ Jack Flash e Let´s Spend the Night Together) tiveram performances excelentes. Até que Keith incrivelmente disparou o riff de Tumbling Dice numa Gibson 355, com afinação standard. A banda o acompanhou, mas Mick mandou parar tudo. A música que deveria ser tocada era It´s Only Rock and Roll. Keith toca Tumbling Dice em Open G, em uma Fender Telecaster. Seria impossível seguir a música daquela maneira. Keith deu risadinha constrangida e seguiu o baile, agora sim com IORR.
O vacilo deixou Keith desconcentrado, fazendo ele tocar algumas notas atrasadas (como em Angie), errar a letra de Slipping Away e fazer apenas a primeira volta da base do solo em Before They Make me Run, entrando a cantar antes da hora. Agora, isso tudo arruinou o show? Não. Embora o solo de Tim Ries em Miss You também tenha deixado muita saudade dos tempos de Bobby Keys. Mas nada disso tornou o show um desastre, ou ruim.
Os Stones sabem superar as dificuldades e Jagger tirou vários coelhos da cartola durante a noite para distrair a atenção do público dos problemas, fazendo a multidão cantar e participar da apresentação como nunca.
Sasha Allen foi bem melhor em La Plata. No Chile ela estava mais presa. Mas também é preciso dizer que o microfone dela está sendo colocado num volume bem mais baixo do que usualmente ocorria com o de Lisa Ficher. Então, algumas vezes a voz da moça some. No geral, ela foi bem. Passou por Gimme Shelter sem desastres e foi bem e em todo o show.
O grande momento da noite, sem dúvida, foram as apresentações da banda. Ronnie foi ovacionado como nunca. Charlie recebeu o carinho de sempre. Mas coube a Keith o mais ruidoso aplauso de seus 54 anos como Stone. Ele simplesmente não conseguia falar, porque o público não parava de cantar “olê, olê, olê Richards, Richards”, justificando o nome da tour. Em determinado momento, correu uma lágrima do rosto do Stone, abertamente emocionado e surpreso com o tamanho da veneração do público por ele.
Jagger também se tratou com os argentinos e disse que a Argentina é o “pais mais stone do mundo”, o que não é mentira, muito pelo contrário.
Este foi meu 12º show dos Stones. Talvez não fique entre os 10 melhores. Mas ainda assim foi um grande show. Se faltou perfeccionismo, sobrou emoção, tornando o estádio um lugar único em emoções.
Belo relato. Emocionante.
Me faz lembra uma entrevista do Keith na BIZZ, acho que pro Ze Emilio onde ele estava falando sobre o titulo de Maior Banda de Rock do Mundo…
Ele falava que muitas vezes os Stones não foram mesmo a melhor banda de rock….
Mas os Stones são os Stones… Estão perdoados.
O show deve ter sido emocionante. Parabéns pelo relato!!! Dia 02 em Poa espero que seja ainda melhor!!! Viva os Stones!!!!
Emocionante André!!! Mal posso esperar para vê-los no Rio e em SP!!!
André, vc saberia dizer qual hotel os Stones ficarão no RJ? Abracos
André
Pelo seu relato, parece-me que houve mais erros do que no primeiro show, que também na minha visão deve alguns, nao tão percetíveis. Quando à Sasha, em Gimme Shelter no primeiro show de BA ela deixou a desejar. Faltou aquela volúpia realmente da Lisa.
Bom, agora é esperar sábado.
Os Stones são humanos, sim são a maior banda de rock do mundo, mas são humanos que podem cometer erros.
Eu até acho legal quando esse tipo de erro acontece em algum show, mas teria sido interessante se eles tivessem levado Tumbling Dice adiante, e tocar IORR depois, fugir do cronograma do set list montado. Aposto que o público Argentino nem se importou com isso.
Sábado tem mais.
Todos as bandas em alguma ocasião podem errar em determinados acordes, solos, e também no vocal é normal. Vejo que isto não tem a menor diferença para quem esta assistindo porque o que vale mesmo é a interação que a banda tem com o publico, carisma e profissionalismo. Isto não falta para os Stones.
Olá André,
Belíssimos relatos dos shows, parabéns!! Sabe me dizer como estão funcionando a venda do merchandise da tour?
Abraço!
Aposto que eles vão ficar no copacabana palace.
Rafael, a gente nao pode passar esse tipo de informacao.
daniel, é que nao teria como. TD é tocada em afinação open g, com capo em si. keith tava com uma gibson 355 com afinação standard, sem capo. Ou seja, não dá pra entender como ele conseguiu se enganar dessa maneira, parece impossível. mas de qualquer jeito, nao teria como ele toca com a Gibson. só trocando a guitarra, oq sim, o Pierre já tava com a tele prontinha, qdo o mick parou tudo.
igual a todas as tours, pedro henrique. barraquinhas por todo lado. chile e argentina, apenas dinheiro, sem cartao.
O set list desses shows na Argentina deve ser o mesmo dos shows do Brasil?
como em todo canto, muda 1 ou 2 temas por noite, mais nada.