Parece mentira, mas faz 30 anos que eu vi os The Rolling Stones pela primeira. Era 27 de janeiro de 1995, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Eu tinha 23 anos e peguei um ônibus para São Paulo, onde já vivia a minha prima Claudete e o marido Paulo. Ela estava grávida do primeiro filho, o Pedrinho. Eles moravam em Taboão da Serra, que era longe, muito longe do Pacaembu.
Eu nem lembro como eu cheguei na casa dela, mas cheguei. No dia seguinte, o Paulo me levou de carro até a porta do estádio, não sem antes pararmos num posto de gasolina Ipiranga para comprar camisetas do show.
Eu cheguei ao estádio pelas 12h aproximadamente. Já havia filas imensas. Dei entrevistas para rádios locais, que estavam falando com as pessoas e depois de longa espera entramos no estádio.
Nem preciso narrar que choveu muito, mas muito mesmo (todo mundo conhece essa história). Por voltas das 23h os Stones subiram ao palco. Foi uma catarse. Inacreditável.
Mas estava muito quente no campo, estava apertado demais, abafado e faltava ar. Havia cheiro de maconha muito forte e senti que se não saísse dali, acabaria desmaiando. Fui para uma lateral do campo, perto da casamata. Policiais deram batidas em busca de drogas e quase tomei uns safanões de graça. Nesta altura, os Stones tocavam Just My Imagination.
Fiquei vendo o show de muito longe e confesso que ao final, eu estava meio decepcionado com a experiência. Não tinha sido o que eu sonhara. Mas…. saí do estádio, ensopado, e com muita sede e fome. Comprei um cachorro quente e uma coca-cola.
Caminhei até a Consolação, onde teria de pegar o ônibus para Taboão da Serra. Mesmo àquela hora da madrugada (depois das 2h30min), a viagem levou quase 1 hora.
O bom é que no dia seguinte tinha mais. Desta vez, encontrei o Leonel, amigo e vocalista da Banda Rola Stones. Ele estava com o Marcelo, que tinha sido baterista deles. Com companhia, pude desfrutar bem mais do show. Considero que esse foi o meu primeiro show pra valer dos Stones.

Rio de Janeiro

Depois de voltar para Porto Alegre, encontrei o Leonel no Kripton, bar da Goethe, em Porto Alegre, e resolvemos que tínhamos de ir ao show do dia 04/02 no Rio. Demos um jeito, arrumamos grana de alguma forma, e compramos um pacote numa agência de turismo. E lá fomos nós. No Maracanã ncontramos os amigos Marcelo Roza, Paulo César Candal Heit e acho que o João de Lucena, todos da Rola Stones. Com um público muito mais tranquilo, bem mais espaço, ficamos próximos ao palco pela primeira vez e desfrutamos o show por completo, podendo acompanhar cada detalhe.
Muitos anos depois, descobri que o Luiz Carlos Azevedo Stefani, que é cliente da Stones Planet Records, estava no mesmo ônibus para o Rio, comigo e com o Leonel.
Parece mentira, isso tudo faz 30 anos.