Por André Ribeiro
Porto Alegre esperou 54 anos para receber um dos Rolling Stones. A capital gaúcha bateu na trave várias vezes. Teve show cancelado em 1998 e apresentações de Charlie Watts e Mick Taylor também melaram na última hora. Ontem, os Stones subiram ao palco do Beira-Rio para uma apresentação que jamais será esquecida. A banda fez uma apresentação de extrema superação. Debaixo de muita chuva durante todo o concerto, os quatro leões stoneanos saíram de suas jaulas e fizeram concerto fenomenal.
Tecnicamente o show de Porto Alegre não foi o melhor da tour. Era impossível tocar debaixo do aguaceiro que caía sobre o estádio. Muitos artistas teriam pipocado e ficado debaixo da cobertura do palco para levar o show burocraticamente até o fim. Alguns talvez até cancelasse a gig. Mas os Rolling Stones, não! Mick parece ter dito. “Ok, vocês estão fodido aí na chuva. Então, vamos nos foder todos juntos”. E assim foi. Jagger fez tudo que sempre faz. Claro, evitou corridas pelo palco alagado, mas esteve por todo lado, conduzindo a multidão de umas 50 mil pessoas (havia muita gente acompanhando o show do lado de fora do estádio). Da mesma forma fizeram Keith e Ronnie, que tiveram de tocar em condições praticamente impossíveis. E o fizeram muito diante das circunstâncias.
A grande surpresa da noite foi Ruby Tuesday, cantado em coro por boa parte do estádio. Gimme Shelter recebeu a melhor versão de toda a tour. Sasha Allen está em crescimento evidente e foi para chuva fazer dueto com Jagger, que a conduzia pela mão. You Got the Silver interpretada por Keith, também foi ponto alto da noite.Start me Up e Brown Sugar fizeram o público ir ao êxtase. Em “Sugar”, Keith teve de tomar todo cuidado para acertar o riff, tocando-o até fora de tempo. Debaixo daquela chuva, realmente não tinha como fazer melhor. Tumbling Dice teve começo bem embolado e confuso, mas logo a banda se acertou.
O show de Porto Alegre seguramente não será conhecido por ter a melhor apresentação da Olé Tour. Mas talvez seja conhecido e colocado como histórico pelas condições absurdamente adversas e pela superação da banda, que apesar de tudo, entrou aos fãs mais uma grande apresentação. Este foi meu sétimo e, possivelmente, último show da Olé Tour. No total, somei 17 concertos dos Stones. Já estou esperando pelo 18º e contando….
Foto Rolling Stones.com |
Nota: A produção local deixou muito a desejar. Porto Alegre teve a pior organização de toda a tour. Havia completa falta de informação, condições inapropriadas e constrangimento por todo lado pela precariedade de instalações improvisadas. Tudo por mero descuido dos produtores locais.
Realmente grande show!!! Midnight Rambler e Paint it Black foram espetaculares!! Também achei que eles se perderam por vezes, especialmente em Tumbling Dice, mas a dedicaçao do Mick em particular e de toda a banda é de arrepiar. Ter visto eles de perto *estive na grade da passarela, lado esq do palco) foi algo indescritivel, demorou um pouco pra eu entender que eram eles de fato ali do meu lado hehehe
Valeu Andre por toda a cobertura até aqui
Bruno
Depois da sua primeira apresentação no festival de Glastonbury, em 2013… para falar a verdade, conheci este festival há poucos anos, no BIS, vendo o Iggy… li umas matérias de jornais ingleses, The Guardian, Dailymail, e, constatei que minha opinião, que passo falando à gurizada, não é só minha… é, "gurizada" táh na moda…
… nenhuma destas bandas mais novas, chega aos pés dos "velhotes", quando se trata de ROCK'N ROLL AO VIVO…
Os jornais ingleses, confirmaram minha opinião, comentando a apresentação do Stones no citado festival… disseram que as bandas novas ficaram com vergonha…
Cada um tem sua opinião e a minha não mudaria, mas a opinião de jornalistas da terra deles, onde se criaram, acostumados com eles desde que eram piás, tem sim relevância…
Nós somos ávidos por Stones, desejosos de vê-los há muitos anos, começaram a aparecer por aqui, quando já eram vovos… para nós, tupiniquins, é o máximo, antes tarde do que nunca…
… por isto, constatar que os ingleses, que poderiam estar saturados das peças, ou melhor, das PEDRAS, tem a mesma opinião, que fazem as bandas novas pensarem "nunca conseguiremos isto"… dão sempre uma AULA de como se faz rock'n roll…
Esta já é minha opinião, desde que começaram os papos que estavam mais "pra lá do que pra cá"…
mais ou menos após os 40… cobravam do Mick, que ele havia dito que não se imaginava cantando Satisfaction com mais de quarenta… com qualquer idade, sempre os achei INSUPERÁVEIS ao vivo…
Bom, toda esta enredeira foi para dizer, que mesmo achando que os vovos são IMBATÍVEIS, não tem pra ninguém, ontem em PORTO ALEGRE, no Beira Rio, fiquei MARAVILHADO, é, esta palavra diz bem…
… sinceramente, achei que ficariam na aba, pois, como disse o André, não é que os caras DIVIDIRAM a CHUVA com a gente, não nos deixaram sós…
A gente só pode ser fã duns caras assim…
Espetacular. O show estava excelente. Na minha opinião o Keef errou muito, mas faz parte. (Ele já errava em 1973 – é só ouvir o Belgian Affair)…
Ele ficou emocionado com os aplausos de "You Got the Silver" e entrou todo errado na "Before you Make me Run".
Mas o chute no ar na entrada no palco no começo da Jumpin Jack Flash já vale mais do que toda a carreira da maioria dos guitarristas de rock virtuosos do mundo.
A chuva foi um "ponto alto" também. A imagem do Mick cantando e dançando na chuva, no meio do toró, foi uma coisa mágica, pra jamais esquecer.
Gimmie Shelter foi fantástica.
O Stones faz uma certa "volta as origens com essa tour. Muitas canções de mais de 40 anos. E uma volta aos blues. Midnight Rambler foi arrasadora, com o Mick mandando ver na gaita. E YCAGWYW com o coro, maravilha.
Quanto a organização, não posso comparar pois não fui nos outros shows da tour. Pelo menos a entrada não era o caos total que foi no show do Roger Waters em 2012. Mas o fato de outros shows terem uma organização péssima em Porto Alegre não quer dizer que a deste tenha sido boa…
No geral, posso dizer que faltava ônibus e chegar no Beira Rio vindo do centro foi difícil. Faltou também uma organização conjunta do transito e ônibus junto à prefeitura.
Fui nos quatro shows do Brasil e não achei que este foi o melhor (pra mim foi o 2º de SP), mas foi o que eles mais deram sangue. Achei sensacional que o Mick Jagger fez questão de cantar na chuva em praticamente todas as músicas, bem como você falou, como se quisesse mostrar que estávamos todos juntos. Achei uma pena eles terem reduzido uma música no set, mas mesmo assim foi uma despedida com chave de ouro.
E a organização realmente foi péssima, principalmente na saída, onde o pessoal da pista premium tinha de se esmagar pra sair do estádio.
Perdi um tempão para escrever um comentário, não postaste porque?
3º show que fui. E fui com três expectivas, e todas foram atendidas, abriram com j j flash, you got the silver e before they make me run. A energia estava demais, e ver os ídolos na tua frente vale qualquer banho de chuva.
Achei que no solo de brown sugar Karl Denson, poderia ter se mantido mais fiel ao original.
Estive na pista premium e não achei tão mal organizado, com exceção da saída, com somente uma, estreita e tortuosa. Não sei como as "otoridades" liberaram isso.
Agora fico imaginando como seria um set list sem as músicas de ontem (Ruby Tuesday foi um dos pontos mais altos da noite)… quando me animar a fazer eu posto…
André, tenho um pedido pra ti, que acho que só tu pode encabeçar. Há alguns anos fizeram o Beatles Day (não sei se fazem ainda), mas poderia ser feito o Stones Day também, com bandas cover, palestras e material de exposição. Gente pra tocar esta ideia adiante com certeza tem. Confio em ti hahahaha
SOU MTO FÃ STONES E CONCORDO COM 100% DO QUE FOI ESCRITO. PARABÉNS. MIDNIGHT RAMBLER MERECE MENÇÃO HONROSA TAMBÉM (PARA MIM, MELHOR VERSÃO "MODERNA"- DESDE 1971 – MESMO COMPARANDA À QUE ASSISTI EM 2013 EM CHICAGO COM MICK TAYLOR NO COMANDO, DO QUAL SOU SUPER FÃ). RONNIE WOOD TB NA MELHOR FORMA DE TODA SUA VIDA STONEANA.
KEEP GOING!!
Fui ao Beira-rio e vi quatro moleques brincando na chuva, ou melhor, três deles. Um, de cabelos bem brancos, se poupou, batendo um martelo em uma bigorna, disfarçada de bateria. Cada batida provocava uma onda sonora que mexia com meus órgãos internos, acho que o fígado e o baço trocaram de lugar. Outros dois moleques impunham duas metralhadoras nas mãos e em Midnight Rambler houve uma rajada só. O que se chama Keith não parava de sorrir, não lembro em shows vistos ao vivo e mesmo em DVDs ele sorrir tanto, exibindo com orgulho a dentição renovada. O que mais se molhou, saracoteando, ao parar várias vezes na nossa frente, na passarela, parecia olhar a cada um de nós dentro dos olhos. Por 30 segundos cheguei a amaldiçoar a chuva, mas depois abençoei-a.
Luiz, lindo seu texto? acho que todos nós tivemos sensação parecida? abraço, Mariana são Paulo
Oi, André, tudo bem? Gostaria de saber se podes me ajudar a conseguir o pôster oficial do show do Beira-Rio. Cara, pago qualquer valor. Abraços a ti, e lembranças ao Alex, Bernardo e ao Cristiano, parceiros de Montevideo.
Jairo Fraga.
Oi, André, tudo bem? Gostaria de saber se podes me ajudar a conseguir o pôster do show do Beira-Rio. Cara, pago qualquer valor. Abraços a ti, ao Alex, Bernardo e Cristiano, nossos parceiros de Montevideo.
Jairo Fraga.