Por Márcio Sell
O vinil está morto? A julgar pelos novos boxes lançados no fim do ano passado, definitivamente não! O lançamento conjunto da ABKO e a Universal, esta última a gravadora oficial dos Rolling Stones, não merece qualquer outro adjetivo que não seja: Fantástico.
Obviamente que para um fã de tantos anos como eu, a primeira impressão não poderia ter sido outra. Tenho que confessar que demorei um certo tempo até me decidir pela aquisição dos dois boxes, seja pelo preço dos mesmos, seja pela dificuldade de importação. Mas finalmente estou com os boxes em mãos e pude analisá-los com mais calma.
São dois boxes:
Vinyl Remastered Collection: Vol. 1 1964-1969, contendo 13 LPs da fase Decca dos Stones, incluindo os dois primeiros EPs.
Vinyl Remastered Collection: Vol. 2 1971-2005, contendo 14 LPs (4 duplos), incluindo o último LP lançando, A Bigger Bang.
A primeira coisa que se nota é o peso das caixas. Pelo menos 15 quilos, as duas juntas. São boxes numerados, edição limitada, já esgotados no site oficial e cada vez mais difíceis de serem achadas para compra. Os boxes, na minha opinião, poderiam ser mais reforçados, pois com o peso dos vinis devem aparecer amassos ou rasgos na caixa com o tempo. Então, muito cuidado com eles.
As capas são feitas de papel mais grosso, com a lombada mais larga, justamente para acomodar os vinis. A impressão é muito boa, porém em algumas capas, a foto parece ter ficado meio embaçada, como no Out of Our Heads e no primeiro EP. Talvez por que as fotos originais não estivessem tão boas. Mas em outros, a impressão da fotos é perfeita, quase que em alta definição, como o December’s Children e o Big Hits 2. Este último aliás ficou um show. As capas do outro box não tem grandes diferenças, somente a ausência do zíper no Sticky Fingers. Imperdoável! De resto as capas são bonitas, com cores vibrantes, mas nenhuma me chamou tanto a atenção quanto as que citei acima. Os envelopes internos são de papel branco, salvo quando existia encartes. Neste caso os mesmos foram reproduzidos, mas os extras não vieram como o pôster do Let it Bleed ou os postais do Exile.
Agora a parte mais importante, os vinis…. Lindos, brilhantes, pesados, afinal de contas são 180 gramas de vinil, garantia de perfeição sonora. Mas poderia ser 200 gramas alguém poderá dizer…. Afinal, já que era para fazer um negócio perfeito, que colocasse mais vinil. Não acho que precise tudo isso, pois o ganho sonoro deve ser perceptível somente para aqueles audiófilos xiitas, com sistemas de som espaciais. Além de forçar mais o mecanismo das vitrolas dos pobres mortais…. Ou seja, 180 gramas está bom demais. Só um parêntese: Quanto mais pesado o vinil, melhor a qualidade do som, a amplitude sonora e os graves, além de ser mais difícil de entortar ou quebras, ou seja, vinil audiófilo. Os vinis normais tem de 100 a 140 gramas, mas posso jurar que as reedições argentinas dos anos 80 e os russos não tem nem 100 gramas. Isto também pode ser notado em algumas edições brasileiras.
Os selos são reproduções dos selos Decca turquesa nos discos em estéreo e da cor vinho nos discos mono. Não, o Satanic não veio mono…. Somente os três primeiros LPs e os dois EPs foram prensados em mono. Cabe aqui o parêntese que o Satanic estéreo vinha com selo verde.
E o som???? Vocês já devem estar se perguntando. Ah, o som!! Perfeito, cristalino, uma delícia de ouvir. Óbvio que não ouvi todos os LPs, haja tempo, mas os que eu ouvi, fiquei satisfeitíssimo. Ouvi, ou melhor, me deliciei com o Sticky Fingers, Exile on Main Street, Let it Bleed, Tatoo You, Dirty Work e Some Girls. Aqui a opinião de um simples ouvinte: O som é muito bom, os graves bem profundos, a voz cristalina. E comparei com o CD no mesmo aparelho…. Não tem jeito, o som é diferente mesmo! E isto que não tenho nenhum grande sistema de som. Imagino em um sistema de alta fidelidade…. Aliás, nem quero imaginar pois minha conta bancaria agradece.
E para encerrar, somos presenteados com um voucher em cada box que nos permite baixar as versões dos LPs em mp3 direto do site da gravadora. Perfeito!
É óbvio que minha opinião é de um fã, mas juro que tentei ser o mais crítico possível, mas os boxes são uma obra de arte, em todos os sentidos. Me sinto um privilegiado de possuir estes discos.
Cara, eu tinha uns discos dos Stones edições argentinas. eram pavorosos, fininhos, com um som horrivel, arranham fácil, eram pavorosos. e tens razao, mtos dos brasileiros eram medonhos tb. Menos os da Emi e mais os da CBS.
E antes de mais nada, valeu pela participação. Estás convocado a repeti-la.
🙂
É sempre um prazer André. Escrever nunca foi meu forte, mas sobre este assunto até que não foi sofrido….
Te saíste muito bem. Repita sempre.
abração.
Só alguns comentários: A capa que realmente achei embaçada é somente a do EP, enquanto que a do Out of Our Heads é linda, igual ao December's. Errei no texto.
Mais alguma coisa dos selos: Os selos do segundo box são da cor amarela, seguindo o padrão da gravadora deles. Os últimos LPs tem selos personalizados.
Sobre o Satanic: O selo original da versão mono era turquesa, igual ao usados agora para as versões estéreo, enquanto que o satanic UK estéreo tinha selo verde. Os discos mono originais da Decca tinha selo vermelho. Ou seja, uma bagunça só.
Em breve mais curiosidades.
a propria discografia dos Stones é uma bagunça até 1967. Edição ingles e americana, completamente diferentes, com discos sendo lançados com titulos diferentes, capas diferentes, lista de canções diferentes e até tendo coisas lançadas nos EUA e não na UK e vice-versa. Isso só foi uniformizar a partir do Their Satanic, mas ai vieram confusões de capas proibidas, tipo o Beggards Banquet, do Stiky Fingers (na espanha), a confusao e ameaças de processo por causa da capa de Some Girls, etc. Ou seja, além de extensa, a discografia dos stones é confusa e tem várias versões. uma belezura pra colecionadores 🙂
por sorte, este tipo de tara eu nao tenho. pq se tivesse seria triste, bá.
Eu não conheço a pessoa que tem nas mãos essas belezocas todas, mas com toda a certeza é uma pessoa muito superior a mim, que não tenho . Cara, que máximo esses box sets ! . Mas como dizem por aí, "não inveje, trabalhe" .
Oi Vagner, estás sendo muito duro contigo mesmo. Todos, meu caro, mas todos nós mesmo, somos embutidos de cocô. Salsichas de vezes. Não duvides disso.
saludos.
Está totalmente certo André….
E para os que querem algum dos discos, alguns deles estão à venda avulsos no Mercado Livre.
Logicamente acima eu quis dizer ***fezes***, ao invés de vezes. 🙂
muito bem escrito o artigo.
Chegou a causar inveja.
O Márcio é fera!
Outra curiosidade:
No EP The Rolling Stones, o número de série da contra-capa é diferente do número mostrado no selo. Na contra capa é 8817-1 e no selo é 8813-1. Que me chamou a atenção para isto foi um amigo que tb possui os boxes. Aliás, André, você pode confirmar isto no seu?
Outra coisa: Na contra-capa do Big Hits 2, nota-se que existem dois números de série, um para estéreo (LK 8818-1) e outro para mono (SLK 8818-1).
Será que seremos brindados com versões mono destes LPs? Bom começar a economizar um dinheiro.
Oi Márcio, eu vou dar conferida na numeracao e te retorno depois.
Valeu.
LP 8813-1; Back cover 8817-1
Tu sabes, Márcio… assim que recebi as caixas fiquei com a imediata impressão de que oq vai acabar saindo, mais cedo ou mais tarde, é a remasterização em vinil da discografia americana da ABKCO, pq a diferença é mto grande. Inclusive nos álbuns lançados, como o Rolling Stones Now, que só saiu nos US, entre tantas outras variações de uma edição e outra.
Sem dúvida. Ainda mais considerando que a ABKO gosta de contabilizar em cima dos Stones. Pode até ser que deixem para o ano que vem na comemoração dos 50 anos, mas que eles vão lucrar em cima, isso vão…
mas nao tenha a menor duvida disso, ainda mais agora que conseguiram uma trégua com os Stones/Universal e estão mantendo politica de colaboração.
acho que o espólio do Allen Klein é mais light e menos murrinha do que era o velho.
Majesties é epico, como eu queria por minhas patas nesse disco
O Majesties neste onita.box tem a capa brilhante semelhante à edição anterior de 180 gramas. Ainda preciso comparar as mixagens e ver se existe diferença. Pena que não veio 3D. Mas mesmo assim é muito b
tem um cara no mercado livre que vai conseguir pra mim o box 1, mal posso esperar.
Oi Alone, só te certifica que o cara é quente, que tem mesmo como trazer o box, se o prazo de entrega não é uma coisa absurda e se não é coisa detonada. Ou se ele tem mesmo a coisa em boas condicoes pra entrega imediata.
Por minha indicação esses dias o Márcio entrou numa fria. Um vendedor do ML que eu achava que era quente, vendeu um box superdeluxe do Get Yer todo estrupiado pra ele. até eles fizeram acordo e não houve grandes prejuízos, mas houve um constrangimento.
Fica de olho. Sempre compro coisas pelo ML mas… como tu deves saber bem, todo cuidado é pouco.
abração e boa sorte.
sim ele trabalha ou é dono de uma loja de discos aqui no rio o cara é quente, por enquanto ele só tem o box 2 até me ofereceu mas eu não quero pois já tenho toda discogrfia deles dos anos 70 em vinil, meu sonho sempre foi colocar as mãos na fase brian jones, ele vai encomendar com o fornecedor e depois vamos acertar,inclusive eu já tinha até me esquecido do mercado livre ai vc me deu a dica e encontrei lá! valeu! abraço!.
sim, eu sempre compro pelo ML. não necessariamente coisas dos Stones, compro de tudo. comigo sempre funcionou, mas é bom cuidado.
vais adora a caixa.