Sempre como se fosse o último show

FOTO FERNANDO KFOURI/STONES PLANET BRAZIL

Por Fernando Kfouri, de Dallas (EUA)
Cada vez que vou a um show dos Stones, vou preparado para que seja o último, mas com a esperança de que muitos ainda venham. Acho que eles devem sentir a mesma coisa, porque é clara a entrega mais que total dos velhinhos nas duas horas de cada um dos shows.
Talvez também se preparando para o final, eles têm feito shows que se superam, e hoje não foi diferente.
O set list foi matador. Apenas uma balada (a linda execução de Moonlight Mile) durante o show normal e You Can’t Always Get What You Want (que termina aceleradíssima…) no bis. De resto, só rock and roll!
Claro que a escolha de tocar apenas os grandes sucessos (menção mais uma vez a Moonlight Mile como a exceção que confirma a regra) frustra os mais fanáticos, que querem mais músicas inéditas, mas dá para entender: a plateia claramente quer os hits, e eles entregam bonitinho!
Menções especiais:
– sem Mick Taylor, poderia se esperar uma queda na execução de Midnight Rambler, mas o que aconteceu foi o contrário! Que versão!
– Moonlight Mile nunca mais deveria sair do set…mas vai…
– uma escorregada da dupla dinâmica em Sympathy for the Devil deixou Mick de olhos arregalados. Ele e Keith se perderam na hora do solo, mas se encontraram rapidinho e seguiram em frente.
– Tim Ries é um ótimo músico, mas não segurou a onda de substituir Bobby Keys no solo de Miss You. Ponto fraco do show.
– Karl Denson, em comparação, mandou muito bem em Brown Sugar, fazendo um solo de sax inspiradíssimo.
– Bela homenagem de Keith a Bobby, que era texano, puxando uma salva de palmas em sua memória!
– Os Stones tocaram um trecho do sucesso country All My Ex’s Live in Texas para brincar com a plateia.
– Grace Potter and The Nocturnals fizeram um ótimo show de abertura, embora ninguém ligue muito para isso…
Daqui a três dias tem mais! Até Atlanta!