Por André Ribeiro, de Orlando (EUA)
Ao longo de 35 anos de fanatismo pelos Rolling Stones eu tive muitos momentos memoráveis. Há grandes lembranças, que foram compartilhadas com vários amigos. A tarde e a noite de 12 de junho de 2015 vão merecer capítulo que nunca será esquecido por mim, Jéssica, Márcio, Leandro e Ashley, nossa amiga norte-americana. Eu pensei numa forma de tentar narrar o que vivemos e penso que seguir a cronologia seja o melhor caminho.
Nós marcamos de almoçar às 14h. Então, todos fomos para o Denny´s, um típico fast food norte-americano. O tempo estava nublando e pegamos chuva forte no caminho para o
estádio, mas logo ela parou. Isso era por volta das 15h. Chegando ao Citrus Bowl, fomos comprar algumas camisetas e demos uma volta pelo estádio. Havia uma fan fest animada numa lateral do estádio, mas a gente sabia que isso não iria nos interessar.

FOTO STONES PLANET BRAZIL

A passagem de som era a meta. Ela começou por volta das 16h30 (pouco depois talvez). Como vocês já sabem, os Stones passaram All Down the Line, She’s So Cold (entregando qual seria o tema eleito pela votação na internet), Moonlight Mile, o que deixou a todos felizes, e You Can´t Always Get What You Want (antes disso, antes dos Stones, o coral havia também passado som).

Durante a passagem de som, surgiu a possibilidade de ingressarmos na área Vip, onde usualmente a banda confraterniza brevemente com alguns fãs e convidados. Abertos os portões, pouco depois das 18h, nós ingressamos no estádio para o setor onde seríamos recebidos. Havia um coquetel e lá encontramos velhos amigos, como Matt Lee e Gary Malfatti. Eu sabia que ali era onde devíamos estar e que tudo poderia acontecer.  

Logo apareceu o muito simpático Tim Ries, com quem conversamos brevemente (ele mandou um alozinho pros leitores do blog e ouvintes de It´s Only Rolling Stones). Chuck Leavell foi o próximo a surgir, exibindo a mesma simpatia de sempre.
Eu estava parado, distraído e, de repente, Charlie Watts passa por mim, à distância de 1 centímetro. A Jéssica troca aperto de mão com ele e o cara fica conversando com uma senhora, de quem recebe um livro. Tudo durou 5 minutos, mas foi o suficiente para fazermos fotos e vídeos dele.
Ainda emocionados, pouco depois nos deparamos com Darryl Jones, menos disposto que os demais, mas que também rendeu algumas fotos. A boa notícia nesta altura era que logo em seguida ainda haveria o show. Nós descemos para os nossos lugares pouco depois das 20h (o show começou às 21h30min, horário da Flórida).

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Bom, aí a coisa fica ainda mais quente. Vocês já sabem o set list, o Cristiano fez brilhante trabalho postando as fotos que o Márcio enviava pelo celular dele e também acompanhando o show pela internet. Logo, não vou me deter muito no setlist.
Os Stones estão melhores do que nunca. Todas as velhas cagadas (erros do Keith em alguns riffs), desafinadas ou perdas de tom do Mick, estiveram lá, mas, como sempre, essas coisas se tornam irrelevantes. Mick teve uma das suas melhores performances que eu vi. Ele esteve perfeito. Ele moveu-se por todo palco, fazendo caras e bocas e dizendo suas gracinhas de sempre entre músicas.
Bitch foi um dos grandes destaques da noite. O timbre da Gibson do Keith estava fantástico. Mas o ponto alto, mesmo, foi Moonlight Mile, que mereceu uma interpretação emocionante da banda toda, especialmente de Mick.

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Outro momento que merece todo destaque foi Midnight Rambler, a melhor versão que já vi ao vivo a canção. Ronnie estava em grande noite, muito inspirado e motivado. O solo dele foi espetacular. Assim, como o Alex, Cristiano e Fernando já disseram sobre os shows de LA, San Diego, Atlanta e Dallas, Mick Taylor não teve ausência sentida, porque Ronnie estava incrível.

Em Brown Sugar, Karl Denson deu conta do recado de substituir Bobby Keys. Tim Ries, muito jazzista, ficou devendo um pouco em Miss You, mas esta foi roubada por Darryl Jones, que fez solo sensacional. Keith também fez versões maravilhosas de Before They Make me Run e Happy, esta com Ronnie no pedal steel.
Também é legal destacar que agora o Matt Clifford é anunciado no momento das apresentações da banda. O cara está tocando teclados e trompa em You Can´t Always Get What You Want.  

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E aí chegamos ao clímax. “You Can´t” com o coral fazendo a abertura e depois os backing vocals fez um filme de 35 anos como fã passar pela minha cabeça, todos os “sacrifícios” e dificuldades enfrentadas neste tempo para seguir a banda, em como eu sabia que amigos como o Cristiano gostariam de estar lá… e aí não deu para segurar as lágrimas, presentes em todos os meus 9 concertos, e certamente estarão em Detroit, dia 8 de julho, que será o próximo show, meu e da Jéssica.
Os Stones continuam sendo os Stones. Vê-los é uma coisa indescritível ou, talvez, como a Ashley disse, é “incrível”. E o momento é agora, é hora de ver os Stones ao vivo. Fica a dica: se você realmente correr atrás dos seus sonhos, se realmente lutar por eles, você consegue. Vá atrás, deixe o comodismo e o coitadismo de lado e vá em frente. Os seus sonhos serão realizados.

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*** A gente tem muito material, muitas fotos e videos. Assim que seja possível, a gente vai compartilhando com os amigos leitores.
FOTO STONES PLANET BRAZIL. Márcio, Leandro, André, Tim Ries, Jéssica e Ashley