Por Cristiano Radtke
“Are you coming from Brazil just to see the Stones? Bloody ‘ell, mate!”, foi o que um fã inglês que encontrei em um bar de Zurique horas antes do show me falou quando lhe disse que era brasileiro e tinha ido pra lá por causa dos Stones. Mal sabia ele que 3 dias antes, pelo menos 10 brasileiros (entre os conhecidos, pois certamente havia muitos mais) estavam em Lisboa pelo mesmo motivo.
Mesmo pra quem já viu os Stones ao vivo em outras vezes, é difícil não se emocionar quando se tem a oportunidade de revê-los, especialmente em um país que não é o seu, assim como observar a reação dos diferentes públicos. Por exemplo, o show de Lisboa me pareceu ter uma reação um pouco melhor do público, o que talvez possa ser explicado pelo espírito festivo do povo português.
Ao contrário do show de Lisboa, no qual junto com outros amigos brasileiros estava muitíssimo bem situado, praticamente em frente ao palco, em Zurique tive de assisti-lo quase ao fundo do Letzigrund Stadion. Apesar disso, o som estava perfeito e as boas surpresas no setlist, como You Got me Rocking, Worried About You e em especial Let’s Spend the Night Together fizeram valer a oportunidade, como era de se esperar.
Assim como o fã italiano Isy, que deu seu relato sobre o show de Zurique para o blog, também achei Can’t Be Seen um pouco confusa, e preferi que Keith tocasse algum de seus velhos clássicos, como Happy, Before They Make Me Run ou Slipping Away, que vem sendo tocada nesta tour. Mas está tudo bem, pois o problema não é o setlist escolhido; é não ter a oportunidade de vê-los ao vivo.
Felizmente estava um belíssimo dia em Zurique (havia chovido na sexta e o sábado amanheceu bastante frio e um pouco nublado), o que explica o fato de Keith estar usando óculos escuros durante a parte inicial do show.
Durante a apresentação que Mick fez da banda, antes de Keith começar a tocar You Got The Silver, uma menção especial a Ronnie, que completava 67 anos no dia do show, além do dia marcar também sua estreia como um Rolling Stone, em um show que a banda fez em Baton Rouge em 1975. Como “presente”, Ronnie recebeu de Mick um queijo suíço.
Após a tradicional sequência de canções (Midnight Rambler com Mick Taylor brilhando na guitarra, como sempre, seguida por Miss You, Gimme Shelter, Jumpin’ Jack Flash, Sympathy For The Devil e Brown Sugar), um momento para levar todos (especialmente eu) às lágrimas: You Can’t Always Get What You Want, pra mim a melhor música já gravada pelos Stones em todos os tempos e que, paradoxalmente, entra em uma lista particular de músicas que eu dificilmente ouço em casa pelo teor emocional que ela tem para mim.
Ao final, com Satisfaction, a sensação de ter presenciado mais um excelente show da melhor banda de rock and roll de todos os tempos, e o gosto de querer vê-los de novo, seja onde for. Afinal, como já sabemos, “it’s not just a concert, it’s the Rolling Stones on concert!”.
No dia seguinte, voltando para o Brasil, consegui visualizar o avião que os Stones estão usando em suas viagens nesta tour, à espera da banda no aeroporto de Zurique.
Mal sabia o fã inglês que estava conversando com o famoso Cristiano 'London Eye' Radtke, o primo brasileiro do Georgie Fame.. Me inclua na próxima tour!
Eu os vi pela primeira vez ano passado em Chicago, tb fui até lá só para vê-los, e sozinha!! Assisti ao show de 28 de maio e depois 31. Foi o sentimento mais puro de felicidade e realização. Ao final do segundo show, terminei aos prantos de felicidade, tristeza um misto de emoções!
Não vejo a hora de reencontra-los!!
London Eye, hahahahahaha! Pode deixar, tu tá incluído automaticamente na próxima, Bernardo. É sempre bom reencontrar os Stones, em especial com os amigos. 🙂
E não tem como não se emocionar em algum show deles. Tomara que confirmem logo alguma coisa por estes lados de cá.