São incontáveis coincidências, acasos, milagres, fatos, acontecimentos (chame do que você preferir), que nos levaram ao que somos hoje, ao que fazemos, onde e como vivemos. Da mesma forma, definiram os caminhos que a humanidade seguiu através dos anos, suas transformações, épocas, estilos, revoluções, privações e liberdades. Alguns desses “acasos” (ou substitua pela palavra que você preferir) simplesmente precisavam acontecer para que tudo fizesse sentido e os impactos que tiveram no mundo inteiro fossem perpétuos, fundamentais e incríveis.
Um desses felizes “acasos”, sem dúvida, tem nome, sobrenome, endereço e muita personalidade: Keith Richards. Começando por tudo que precisou acontecer antes do dia 18 de dezembro de 1943, dia de seu nascimento. E se Bert e Doris, seus pais, não tivessem se conhecido? E se Gus não fosse pai de Doris, avô de Keith, sua grande influência e quem lhe ensinou os primeiros acordes no violão? E se Mick e Keith não tivessem se reencontrado na manhã de 17 de outubro de 1961 na estação de Dartford? E se Mick não estivesse segurando os discos de Muddy Waters e Chuck Berry, será que teriam conversado e resolvido fundar o que seria a maior banda de rock’n’roll do mundo?

Parceiros para a toda a vida.

Os Rolling Stones tiveram uma importância tão extrema no rumo da humanidade que chega a ser assustadora a sequência de acontecimentos que foram necessários para que tudo, de fato, acontecesse. A única explicação plausível é uma intensa conspiração do Universo: eles PRECISAVAM existir. Essa força sobrenatural sabia que eles seriam essenciais, e não podia estar mais certa.
Foram um dos principais responsáveis ela explosão cultural do anos 1960, trazendo para a Europa o blues negro dos Estados Unidos, paixão que trazem desde então, como pode ser percebido pelo lançamento do seu mais recente álbum de estúdio, Blue and Lonesome. Foram essenciais para o início de uma era de liberdade musical e social. Parece uma ideia distante, mas muito do que somos livres para fazer hoje, talvez não fosse possível sem aquelas pessoas influentes da época. Foram revolucionários, com ideias e atitudes que não condiziam com a até então cultura local.

Keith e Patti completam 33 anos de casados hoje.

E se os Stones possuem uma alma, ela é formada por Keith Richards e suas ideias. Uma banda jamais poderia existir sem a marca de cada um de seus integrantes, mas a alma… Ah, a alma! Ela é um fator constante. Quando não resta mais nada, dizem que é única coisa que permanece. Para ser essa parte importante da banda, tinha que ser alguém predestinado, tinha que vir ao natural. E se tem algo que podemos dizer sobre Richards, é que ele é 100% ele mesmo 100% do tempo. Ele é o que vive e vive o que ele é, e talvez isso seja o mais fascinante ao seu respeito, talvez esse seja o tempero necessário para se tornar a alma dos Rolling Stones – e que alma, não? Não há dúvida de que ele doa a própria alma para o que faz, e a sua guitarra, é claro, é uma extensão dela.

Neste domingo, Keith completou seus considerados improváveis 73 anos de vida, e nós só temos a agradecer aos “acasos” e à conspiração do Universo que o trouxeram até aqui. Desejamos que ele continue mudando vidas de milhares de pessoas por muitos anos ainda. Keep on rolling! E meus amigos, acreditem…. Nada é por acaso!