Guitarrista, cantor, professor de violão, vocalista da Rola Stones e, acima de tudo, um sujeito muito simples e gente do bem, Leandro Estrada divide com os amigos leitores de Stones Planet Brazil detalhes sobre seu encontro recente com Mick Taylor, num festival de blues no interior da Inglaterra. Abaixo, o texto de Leandro.

Por Leandro Estrada
Mick Taylor deve tocar pelas 17 horas no Blues Festival, de Newark/UK. Ele aparece em torno das 15 horas. Andando entre o público normalmente, se dirige à parte fechada. Ele autografa o braço de meu amigo Guilherme. Digo que sou do Brasil e lhe pergunto qual escala que ele usou para tocar Time Waits For No One? Mick Taylor responde “pentatônica”.  É muito estranho e chato tentar corrigir um ex-Rolling Stone, mas digo que aquilo não é uma pentatônica. Ele pensa um pouco e reconhece. “Realmente há uma sétima ou algo diferente”. 
Mick Taylor para, pensa mais um pouco e começa a contar que nos anos 1970 veio ao Brasil ficar junto com uns amigos que tinha feito em londres (Arnaldo Brandão e turma). Disse ter estado no Rio de Janeiro, Salvador, Província de Natal e Amazonas. Contou saber da existência de Porto Alegre, mas nunca esteve na Capital gaúcha.
O cara ainda comentou ter aproveitado muito a passagem pelo Brasil, onde escutou artistas como Milton Nascimento. Mick referiu ter estudado a música local, de onde havia tirado a influência para o solo de Time Waits For No One, que foi um de seus melhores. Mick Taylor revelou que o solo foi gravado em apenas dois takes! 
Logo depois, ele pergunta que tipo de música iria encontrar hoje no Brasil. Sou obrigado a responder que as coisas mudaram um pouco na música brasileira atualmente!! 
Então, ele se dirige ao palco e toca e canta Honky Tonk Woman junto a Andy Fraser, do Free, onde faz um solo de slide muito legal. Depois tocam All Right Now, do Free, onde Andy Fraser canta. Estranhamente o show acaba, mas era o combinado apenas duas músicas.  
No camarim Mick, comenta com Andy Fraser que comprou sua primeira guitarra Les Paul de Paul Kossoff, do Free. Andy acrescenta que Kossoff teria vendido uma guitarra para Hendrix também!!!  Andy diz que Mick seria um dos poucos, senão o único guitarrista, capaz de substituir Kossoff, que faleceu em 1976. 
O camarim fica num quarto dentro das ruínas de um castelo e qualquer um pode entrar. Pergunto a se ele pretende voltar à América do Sul. Mick diz que em 2013 provavelmente deve fazer uma turnê por aqui  – seu manager confirma. 
Taylor comenta que há algum tempo Andrew Loog Oldham, que mora na Colombia, o contatou, dizendo que ele realmente deveria ir para a Argentina para fazer um show com uma  banda. Mick parece feliz em lembrar do concerto com os Paranoid Rats (Ratones Paranoicos) para 25 mil pessoas, em algum lugar de Buenos Aires (existe um bootleg em dvd deste show).  
Então, a pergunta de sempre, que não podia faltar: “Você vai voltar a tocar com os Stones, mesmo que apenas em um show comemorativo”?! Mick diz que “não”, que exceto com Ronnie Wood, com quem sempre está fazendo algo. Taylor não mantém contato com os outros membros da banda. 
Ele diz que os Stones hoje em dia são um “produto” e que a volta dele de alguma forma seria uma saída daquele formato de produto, o que não interessaria à banda. Disse haver muitas questões envolvidas e que essa volta não deve acontecer. Questões como o fato de o disco Brussels Affair só ter sido lançado recentemente devido a acordos legais. 
Ele recomenda baixar o disco da internet, disse que é um dos melhores discos ao vivo do mundo  e comenta que o som está ainda melhor do que a primeira versão que ouviu antigamente! Minha amiga Elle pergunta se ele tem facebook ou twitter, Mick diz não ter facebook e odiar o twitter!!!! 
Ele tem de voltar a londres, ok….uma ultima pergunta…que cordas você usa? Mick usa 010!!!!