Eu sou péssimo em matemática, mas algumas estatísticas e números ajudam a entender a realidade e a razão pela qual as coisas acontecem. Eu faço acompanhamento do faturamento dos Stones em shows desde que escrevi um pequeno e-book comemorativo dos 55 anos da banda. De lá para cá, venho atualizando esses dados com as informações que encontro na internet. E sinceramente, eles explicam claramente por que os Rolling Stones seguem ativos e não perceber isso é ter visão romântica da realidade.

Faturamento de 18 bilhões de reais

Entre 1989 e 2021, era moderna das grandes tours, os Stones venderem 3.3 bilhões de dólares em ingressos (perto de 18 bilhões de reais). Somente na No Filter Tour, entre 2017 e 2021, foram arrecadados 547 milhões de dólares e 2.9 milhões de tickets foram comercializados.
De 2012 a 2021, quando eles voltaram aos shows depois de parada de cinco anos, os Stones tiveram 100% dos ingressos vendidos em todos os 147 shows que fizeram neste período de 9 anos.
Notem que em quase dez anos, os Stones fizeram apenas 147 concertos, mesma quantidade de apresentações de A Bigger Bang Tour 2005-2007. Ou seja, os Stones seguem sendo um produto estrondosamente bem-sucedido e batendo seus próprios recordes.
Existem vários outros dados que comprovam o gigantesco sucesso financeiro da empresa Rolling Stones, como venda massiva de merchandising de todos os tipos, desde discos de vinil e cds, a camisetas, livros e diversos badulaques, que engrossam a receita da banda em vários milhões de dólares. Os números são tão significativos, que valeu a pena abrir uma loja física dos Stones na Carnaby Street, em Londres, que virou atração turística local.

A indústria precisa dos Rolling Stones

A análise pode parecer fria, mas os Rolling Stones são um negócio da indústria da música e de entretenimento. O mercado precisa deles, pois mesmo com 60 anos de estrada, eles continuam puxando a indústria pra cima e sendo referência. Eles têm uma relevância mercadológica que nenhum outro “dinossauro” tem, o que também explica a ciumeira que provocam.

Até que Keith e Mick aguentem

Sendo assim, mesmo sem Charlie Watts, o que restou dos Stones segue em frente. E vai seguir até que Keith ou Mick não tenha mais condições, haja o que houver. Quando eles pararem é porque um dos glimmer twins, ou ambos, não aguenta mais. Eles nunca vão anunciar o fim da banda. Seria ruim para os negócios e isso iria contrariar tudo o que eles mesmos sempre pregaram. Até que Mick e Keith consigam subir num palco, os Rolling Stones irão em frente, mesmo que perdendo peças vitais pelo caminho.