Você já imaginou ver o irmão de Mick Jagger contando piadas, dançando, fazendo imitações descontraidamente, enquanto relaxa com amigos depois do show? Então, Chris deu dois shows ontem no Abbey Road. Um deles no palco, sobre o qual já escrevemos, e o outro no back stage. E ele mostrou ser muito mais do que apenas o irmão do vocalista dos Rolling Stones.
Chris é um cara extremamente divertido, brincalhão e depois que ele se sente confortável e à vontade, ele literalmente solta a franga. Relaxado, bebendo um drink, comendo frango e peixe, Chris fez todos rirem de chorar.
Um Jagger, sem dúvida
A primeira coisa a comentar é a semelhança física com Mick. Eles são muito parecidos. A segunda, é que se você fechar os olhos, facilmente vai achar que é o Jagger mais velho falando. E não só isso, os gestos, entonação de voz e o jeito brincalhão, de fazer imitações. Eles são parecidos demais. Bom, são irmão, filhos do Joe e da Eva.
Aliás, Chris adora contar histórias do seu tempo de criança e ele mostra ter sido realmente muito apegado e próximo dos pais e de Mick (ele fala com carinho do irmão e deixa claro que eles têm ótima relação). Chris falou sobre futebol, sobre seus ídolos de infância, que seu pai jogava futebol (e vários esportes).
Chris e Charlie se divertiram
Sobre o show em si, Chris me disse que adorou tocar no Abbey e que gostou muito dos músicos Luciano Feijão e Rodrigo Ruivo. Ele comentou que é difícil tocar com pessoas que você não conhece, que fica tenso durante o show. Segundo ele é muito mais confortável tocar com quem fez alguns ensaios, mas que tudo saiu muito bem e que ele adorou.
Charlie também elogiou bastante os guris. É verdade que não elogiou apenas o baixista e o baterista, mas também as mulheres gaúchas, que ele disse “serem lindas”, sempre mantendo seu jeito tímido e comportado.
Por falar em música, a passagem de som foi outro show. Foi incrível vê-los testando as músicas. Primeiro apenas Chris e Charlie, depois com Ruivo e Feijão. A empatia rolou de cara. Na verdade, era um teste para ver se os músicos locais seriam aprovados. Bem, a ideia era que eles tocassem 2 ou 3 canções e acabaram fazendo mais da metade do show. Eles foram aprovados com louvor!
De volta ao backstage de pós-show, todos nós fomos ao escritório do Fernando Motta, proprietário do Abbey, para assistir à entrevista que Chris deu no programa The Noite, de Danilo Gentili. Todos riram muito com as “macaquices” de Chris, que não parava de cantar, dançar e fazer imitações. Além disso, ele não se cansava de “pegar no pé” de Charlie, que por sua vez pedia socorro.
Ronnie Lane
Eu conversei com Charlie sobre o trabalho dele com Ronnie Lane. Disse que obviamente eu sou fanático pelos Stones, mas que os Faces são minha segunda banda. E que eu adorava Ronnie Lane e que tinha acompanhado o trabalho dele com o baixista.
Charlie ficou muito feliz e disse que Lane era um cara incrível. Concordamos que ele era um grande compositor, cantor e músico. “Ronnie Lanes was the heart of the Faces”, disse-me ele.
Eu comentei que achava que os dois Ronnies (Lane e Wood) eram as grandes figuras da banda. Charlie concordou e respondeu que gostava muito mais do Woody nos Faces do que nos Stones. Eu comentei que os Faces eram a banda de Woody e que os Stones são a banda de Mick e Keith, com o que Charlie concordou novamente. Sem dúvida além de grande e talentoso músico, Charlie Hart é um baita cara.
Dançando na rua
Nós saímos do bar por volta das 3h30min. Chris continuava dançando e cantando. Na calçada do Abbey, ele tirou a agente Gislene Marek para dançar. Eu, Charlie e Fernando literalmente nos “mijávamos” de rir.
Até breve
Por fim, tanto Chris quanto Charlie disseram ter gostado muito de Caxias do Sul, de Novo Hamburgo e de Porto Alegre. Ficou claro que eles foram sinceros e que já fazem planos de nova tour. Muito possivelmente eles toquem novamente no Mississipi Delta Blues Festival de 2018 e no Abbey Road. Mas desde já estão abertos a propostas de shows em todo o Brasil.
Chris e Charlie agradeceram muito pela nossa companhia, o que foi um imenso prazer. Certamente voltaremos a nos encontrar. No Brasil ou talvez na Inglaterra em 2018 com uma nova tour dos Stones.
Preciso também registrar o sensacional trabalho da Gislene Marek, que foi incansável na organização de cada detalhe da tour para que Chris e Charlie pudessem se concentrar na música. Ficamos muito felizes em poder dar parcela mínima de contribuição e certamente muito em breve voltaremos e vê-la.
Como disse ao Chris quando ele veio me agradecer e se despedir, nós é que temos de agradecer demais pela oportunidade e pela excelente música que ele e Charlie fazem.
Thank you very much, guys. See you very soon.
*Agradecimentos também a Carolina Jung, Cristiano Radtke, Alex Carvalho e a todos que nos ajudaram com conselhos e ideias desde o começo das tratativas para Chris e Charlie tocarem no Brasil.
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