Um dia antes de fechar três meses da morte de Charlie Watts, os Rolling Stones completaram a No Filter Tour 2021 em Hollywood, na Flórida, diante de 7 mil fãs. Claro, estamos considerando o horário da Flórida, pois no Brasil o concerto acabou já em 24 de novembro.

Ao todo, a excursão percorreu 13 cidades e teve total de 14 concertos, todos eles sold out (ainda faltam dados oficiais das duas últimas apresentações). Os Stones foram assistidos por um público superior a 580 mil pessoas e arrecadaram mais de 105 milhões de dólares (sem computar as duas últimas gigs). Esses dados são fornecidos pela Billboard.

Foto: Tamara Guo

O sucesso estrondoso de bilheteria chegou a render incríveis 14.8 milhões de dólares em um único no show, em Las Vegas. Os números não surpreendem. Desde 2012, quando voltaram às tours, todos os concertos dos Stones estiveram sold out. Só na No Filter Tour, que começou em 2017, em Hamburgo, na Alemanha, foram faturados 531 milhões de dólares e mais de 2.8 milhões de pessoas pagaram para assistir aos shows.

Números explicam muito

Os números frios explicam de forma clara e eficiente a razão pela qual os Rolling Stones decidiram sair em tour, mesmo depois da morte de Charlie Watts, peça imprescindível e insubstituível. Não era opção rasgar mais de 100 milhões de dólares e devolver mais de 600 mil ingressos, o que seria pesadelo financeiro e legal, o que nenhum negócio quer, e os Stones são um negócio.

No fim das contas, a tour teve altos e baixos, com apresentações melhores e menos boas, mas foi um gigantesco sucesso de bilheteria, como tem sido sempre, e é isso que interessa para a indústria de shows.

Steve Jordan fez o possível para corresponder numa tarefa impossível. É o melhor nome para o posto e esteve dentro do que podia ser feito. Começou com muitas dificuldades e foi melhorando com a sequência de shows, encerrando a tour em alta. Mas tanto a performance dele, quanto à da banda, vamos evitar analisar com base em vídeos. Só estando nos shows para poder avaliar com seriedade e justiça. De qualquer maneira, o show de Hollywood parece ter sido bastante quente, deixando os fãs entusiasmados.

Foto: Tamara Guo

A vida sem Charlie Watts

A morte de Charlie foi uma perda dura demais para os fãs (e para mim muito particularmente), e tenho certeza que para os Stones foi imensamente mais difícil ainda. Talvez a ficha deles caia com o fim da tour, já que tudo se passou durante a preparação dos shows, o que certamente os obrigou a manterem o foco no trabalho.

Agora vamos ver como as coisas vão caminhar. Neste momento, não tive ânimo para sair viajando para ver shows, como faço rotineiramente. Mas o tempo cura tudo. Não teria sentido ir aos concertos triste, e cabisbaixo. Os Stones são alegria. E eu não estava em condições de aproveitar. Eu acabaria me aborrecendo e incomodando os amigos dispostos a curtir. Então, fiquei curando as feridas em casa.

A presença de Charlotte Watts nos shows finais foi um alento para toda a equipe, e pra mim também. É muito importante tê-la por perto.

Futuro dos Rolling Stones

Existe boa chance de mais alguns shows em 2022, quando os Stones comemorarão 60 anos de carreira. O mais provável são apresentações pela Europa, mas nada é impossível. Caso se confirme, vou retornar para a estrada, com toda certeza. Espero rever todos os amigos em breve em mais alguns concertos da maior banda do mundo.