Com 59 anos de estrada e com uma das carreiras mais exitosas da história da música, os Rolling Stones conquistaram já há muitos anos a liberdade para fazerem o que eles quiserem. Na realidade, o fato de eles ainda estarem dando shows é algo espantoso, mas que só é viável justamente pela liberdade que alcançaram.

Na indústria da música os artistas são pressionados de todas as formas a fazerem sucesso. Disso dependem os próximos contratos com gravadoras e os convites para shows. Os Rolling Stones estão muito acima disso e naturalmente tudo que fizerem terá bom retorno. Eles sempre terão ofertas de gravadoras e de promotores de concertos. Afinal, são a maior banda de rock and roll do mundo.

Steve Jordan

Atualmente, os fãs discutem bastante como Steve Jordan está se saindo na vaga deixada após a morte de Charlie Watts. Se ele está bem, se está mal, se o som dos Stones está muito afetado. Mas a verdade é que os Stones, nesta altura do campeonato, poderiam tocar com Steve, com Andrew Marshall (baterista da Billie Eilish) ou até poderiam usar bateria pré-programada. Tanto faz. Eles são os Rolling Stones e já deram ao mundo muito mais do que se poderia exigir deles.

Steve Jordan foi a opção certa para substituir Charlie. Trabalha com Keith, e com os Stones, desde 1985 e entra normalmente sem necessidade de apresentações. Todos na equipe conhecem Steve. Certamente soa diferente de Charlie, a banda parece um cover dela mesmo, mas e daí? Os Stones querem seguir trabalhando e conquistaram o direito de fazerem o que quiserem.

O vazio sem Charlie

Muito mais importante do que o som da banda, ou quem está tocando com ela, é a perda de Charlie. Isso foi um golpe extremamente forte. Não pela ausência do baterista apenas, mas pela falta do homem, do ser humano, do pai, do marido, do avô, do amigo, do ídolo. Charlie era como se fosse um familiar próximo para mim. Nunca conheci o mundo sem Charlie Watts. E a ausência dele causa um vazio descomunal. Ver apenas 3 caras em cima do palco é desolador. A ausência da pessoa é muito maior que a do músico.

Mas os Stones são muito mais do que 3 ou 4 caras sobre um palco. Eles são um contexto todo que envolve a banda, staff, familiares, fãs, etc. É todo um sentimento de pertencimento a algo. Então, se eles querem seguir em frente, não se pode condenar. Eles também precisam desse sentimento de pertencimento a um grupo, do qual eles são os protagonistas.

Em resumo, os Rolling Stones conquistaram a liberdade para fazerem o que quiserem. Até mesmo de sair em tour sem Charlie.