Dezessete dias depois de assistir ao último concerto dos Rolling Stones em Paris, na U Arena, ontem foi a vez de reencontrar os guris da Hot Licks no Bar Opinião, durante o já tradicional Rock´n Bira, festa com open bar que invade a madrugada porto-alegrense.  Mais uma fez os caras honraram as tradições stoneanas e fizeram uma apresentação contagiante, que estimulou o público e participar e a cantar.

Se os Stones são conservadores em relação a setlist e raramente abrem o baú para tirar de lá canções obscuras, não seria a Hot Licks que o faria numa festa com outras cinco bandas e com público eclético.

Mas como eu sempre digo, os Rolling Stones são tão imensamente gigantescos, que o repertório deles é repleto de surpresas.

Saint of Me foi um dos temas no Opinião e acabou sendo escolha certeira. O público adorou e participou ativamente, cantando o pegajoso refrão jaggerriano: “I said yeah, oh yeah, oh yeah . You’ll never make a saint of me”. Era difícil de prever uma resposta tão boa do público.

Ruby Tuesday no Opinião

Mas o ponto alto mesmo, foi Ruby Tuesday, interpretada com a participação da Suzana Marquardt, que arrasou na flauta. A versão ficou excelente e muita gente se emocionou lembrando a versão tocada pelos Stones no Beira-Rio, em 02 de março de 2016 diante de 49.074 fãs.

A participação do saxofonista Lucas Moraes foi outra grande contribuição para o show. Com canjas em Brown Sugar, Miss You e Satisfaction ele deixou o som da Hot Licks ainda mais envolvente, inspirando-se abertamente em Bobby Keys.

Os riffs certeiros de Rafael Guimarães, os solos virtuosos de Pedro Leão, a cozinha sólida de Régis e Vandré Chiarelli e a performance contagiante de Pablo Pinto estiveram no alto nível de sempre. A banda divertiu o público e ficou gostinho de “quero mais”.

Menção mais do que honrosa

Como eu disse nas redes sociais, é preciso fazer menção ao show anterior ao da Hot Licks, das gurias da Destroyers, banda tributo da  The Runaways, grupo da guitarrista Joan Jett.

Elas fizeram show surpreendente, muito bom, tendo na Aline Dillenburg uma frontwoman extremamente performática. Valeu ter conferido o show delas, que trazem um Edu K caracterizado de drag queen na guitarra. Se vocês toparem com um show da Destroyers por aí, assistam que é bacana.