Fenomenal, sensacional, histórico. Faltam adjetivos para qualificar as sensações presentes esta noite no Ealing Club em Londres, onde Chris Jagger fez apresentação memorável no berço do blues britânico.

Imagens: André Ribeiro/Stones Planet Brazil

Estava tudo lá. A atmosfera de gueto do blues é a mesma de 1962, quando Brian Jones, Mick Jagger e Keith Richards se escontraram no pequeno pub do outro lado da rua da Ealing Broadway Station.

Na esquina onde tem a escadaria para o clube, está a placa azul alusiva ao lugar histórico. Descendo pelo beco úmido e escuro, está a porta mágica com pequeno toldo acima dela. É tudo muito antigo e extremamente simples.

Já na entrada fomos calorosamente recebidos por Alistar Young, o anfitrião e batalhador pela sobrevivência do Ealing com música ao vivo. “As pessoas têm muito pouca memória e com o apoio que temos recebido de Stones Planet Brazil, do Fã Club Patagônico dos Rolling Stones e do 40×5 Bar ficamos com esperança de que os tempos melhorem, que esses eventos despertem a atenção das pessoas para o Ealing”, nos disse Young, que fala espanhol (e até um pouco de português) muito bem.

Alistar cita com orgulho que os Rolling Stones se apresentaram 22 vezes no clube. E lembra que o Cream, The Who, Jimi Hendrix e muitos outros também se passaram pelo acanhado palco. Na verdade, nem existe palco, a banda toca num canto do pub, como os Stones citam no vídeo 25×5.

Momento inesquecível

Por volta da 20h30, Allistar Yong fez uma rápida introdução falando do Ealing e agradecendo a Chris Jagger. Ele também enalteceu a presença e apoio de brasileiros e argentinos. Por fim, concedeu-me a honra de ir ao palco para apresentar a banda. Cumprimentei Chris e sem saber muito o que fazer disparei: “Ladies and Gentlemen, please, Welcome, Chris Jagger”. O show começou imediatamente. Eu não sabia o que fazer por ter apresentado um show de Chris Jagger no Ealing Club. Eu nunca vou esquecer isso. Parecia um sonho.

Banda de alto nível

Chris foi a escolha perfeita para comandar a festa. Acompanhado por uma excelente banda (David Hatfield, baixo, Charlie Hart, piano e acordeão, Elliet Mackrell, violino, e Les Morgan, bateria) ele fez as pessoas cantarem e dançarem. Os bons sentimentos estavam por todos os lados. A vibração era muito positiva. O repertório teve algumas canções habituais dos shows de Chris, mas ele deu uma acentuada no blues, o que tornou o ambiente ainda mais convidativo para uma viagem no tempo.

Exatamente naquele clube, em 1963, os Rolling Stones tocaram pela primeira com a formação original, da mesma como estava fazendo Chris e seu grupo quase de cinco décadas depois. Se lembrarmos que ele é irmão de Mick, o cenário fica mais perfeito.

Agradecimentos

Terminado o show, pudemos tirar fotos absolutamente impagáveis. E aqui preciso agradecer à agente de Chris, a nossa amiga brasileira Gislene Marek, que sempre acredita e apoia as minhas maluquices, ao próprio Chris por sempre entrar na nossa onda sem pensar duas vezes, a Allistar Young, que é o grande responsável pela realização deste sonho, e ainda a Cesar Bersais, do Fan Club Patagonico dos Rolling Stones, que entrou junto com a gente na divulgação do evento. Realmente têm sido dias de muitas emoções.

Mais emoções pela frente

O bom é que amanhã tem mais. Os Stones tocam de novo no London Stadium, quando vou chegar ao meu 22º concerto dos Stones. A expectativa é que ocorram mais algumas surpresas no setlist. No show passado, dia 22 de maio, também no London Stadium, eles abriram o concerto com Street Figthing Man e ainda interpretaram a bela balada Fool to Cry. Tomara que tenhamos outra vez alguma coisa desse tipo.

A vida na Inglaterra tem sido intensa. E o melhor é que ainda está longe de acabar. Vem muito mais pela frente. Aguardem. Fiquem atentos aos posts aqui no site e também às nossas redes sociais. Na medida do possível vamos postando fotos, vídeos e fazendo transmissões ao vivo, em momentos que acharmos adequado.

Logo teremos mais novidades e aventuras para compartilhar com vocês. Obrigado pelo apoio e pelas mensagens que temos recebido.